investigação sobre a delegada

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) revelou que a delegada Ana Paula Balbino acessou o boletim de ocorrência relacionado à morte do gari Laudemir de Souza Fernandes em 29 ocasiões, horas após o empresário Renê Nogueira Júnior ter assassinado o trabalhador a tiros. O crime, que ocorreu em 11 de agosto no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, gerou um inquérito que investiga a possível participação da delegada, que é esposa do principal suspeito.

Conforme apurado, Ana Paula foi indiciada por “suposta prática do crime de prevaricação”, um delito previsto no artigo 319 do Código Penal. Além de acessar informações sobre a morte do gari, a delegada confessou ao irmão que tinha desconfianças sobre a culpabilidade do marido, que utilizou uma de suas armas para cometer o homicídio.

As evidências foram corroboradas por um familiar de Ana durante um depoimento à 4ª Subcorregedoria da PCMG. De acordo com essa testemunha, pouco depois do crime, o irmão da delegada enviou um link de uma reportagem sobre a morte do gari e perguntou se o carro da delegada, um modelo BYD, era o mesmo que aparecia nas imagens.

Acesso a informações policiais

A investigação da Corregedoria concluiu que Ana Paula usou a plataforma de Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) para realizar 29 pesquisas sobre a ocorrência, utilizando diferentes filtros, incluindo seu nome, a placa do veículo do marido, e os nomes tanto de Renê quanto da vítima, Laudemir. Esses acessos ocorreram em um momento em que a morte do gari ainda estava sendo apurada.

O delegado Matheus Moraes informou que, no mesmo dia do crime, diversas mensagens entre Ana e Renê foram excluídas, e eles passaram a se comunicar por ligações em um aplicativo de mensagens. Documentos revelam que Ana Paula fez 23 chamadas para o marido, começando às 9h18, apenas nove minutos após o assassinato. Destes contatos, apenas seis não foram atendidos por Renê.

Confissão do empresário e contexto do crime

No tribunal, Renê Nogueira Júnior inicialmente negou a acusação de ter assassinado Laudemir, mas posteriormente admitiu o crime, isentando Ana de qualquer envolvimento. Ele alegou que pegou a arma da esposa sem que ela tivesse conhecimento.

O homicídio de Laudemir de Souza Fernandes ocorreu em um momento de tensão durante uma discussão de trânsito, quando o gari realizava a coleta de lixo na região do bairro Vista Alegre. Os relatos de testemunhas indicam que Renê, ao passar de carro, iniciou a confusão que culminou em sua decisão de disparar contra Laudemir. Após o ato, o empresário seguiu sua rotina normalmente, não demonstrando preocupação, antes de ser preso posteriormente em uma academia de luxo.

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