**Análise das Atuações de Tabata Amaral e José Luiz Datena nas Redes Sociais e na Política**
A recente polêmica envolvendo Tabata Amaral, deputada federal pelo PSB, e o ex-coach Pablo Marçal, do PRTB, tem gerado discussões intensas e repercussões significativas nas plataformas digitais e na cena política de São Paulo. Amaral, em suas postagens, fez contundentes associações entre Marçal e o crime organizado, o que chamou a atenção de José Luiz Datena, candidato pelo PSDB. Datena, que se mostrou inspirado pelas declarações da deputada, anunciou sua intenção de produzir conteúdos semelhantes para suas redes sociais, evidenciando uma nova dinâmica no uso de mídias digitais por candidatos em épocas eleitorais.
Nesta última terça-feira, 27 de agosto, Tabata Amaral revelou em entrevista que teve uma conversa telefônica com Datena, que aproveitou para parabenizá-la pelo alcance de seus vídeos, que acumulam visualizações expressivas, refletindo uma crescente interação entre os eleitores e os temas abordados. Os vídeos de Tabata, publicados entre o dia 23 e o dia 26, já somam 6,1 milhões de visualizações apenas no Instagram, colocando-a entre os assuntos mais discutidos no X (ex-Twitter).
Contudo, a equipe de campanha de Datena não está totalmente a favor dessa nova abordagem. “Achei interessante fazer o vídeo. Em apenas um, eu tive mais de 3,6 milhões de visualizações”, comentou o jornalista, referindo-se ao conteúdo que conecta Marçal ao crime organizado. Esse aspecto revela o potencial das redes sociais como ferramentas de comunicação política, mas também levanta questões sobre a ética e a responsabilidade ao utilizar plataformas que alcançam um vasto público.
Tema polêmico, a legislação eleitoral impactou a atuação de Datena na televisão, já que ele se afastou dos programas de TV em junho, devido às normas que restringem candidatos de apresentarem conteúdo de entretenimento quatro meses antes das eleições. “Eu não posso fazer televisão, mas ele [Marçal] usa as redes sociais para fazer o que quiser. É injusto, porque somos comunicadores”, desabafou Datena, que vê essa situação como uma desvantagem competitiva.
Recentemente, a Justiça Eleitoral decidiu suspender as contas de Marçal nas redes sociais até o fim das eleições, uma medida que foi considerada por alguns como necessária para a manutenção da integridade do processo eleitoral. Apesar disso, Marçal reagiu criando novos perfis, uma estratégia que evidencia a resiliência dos candidatos em se manterem relevantes nas redes sociais.
Tabata, por sua vez, vê com bons olhos a proposta de Datena de se unir na criação de conteúdo crítico a respeito de Marçal. “Eu, obviamente, disse que super, vamos nessa. A gente tem algo muito perigoso acontecendo aqui”, declarou. A deputada enfatizou a importância da presença de Datena nos debates, lembrando que, no último realizado em agosto pela Veja, apenas ela, Marçal e uma concorrente do Novo estiveram presentes.
“Hoje, estou sozinha, com a cara e a coragem, e farei isso sem o menor problema. Coragem é o que não me falta, mas sou a única que está desmascarando Pablo Marçal e mostrando para as pessoas quem ele realmente é”, ressaltou Tabata, ao insinuar que suas investigações sobre as ligações de Marçal com indivíduos relacionados ao PCC merecem destaque.
Esse clamor por debates democráticos é compartilhado por Datena, que se prepara para participar de um debate promovido pela TV Gazeta no dia 1º de setembro. “Eu percebi que é uma boa voltar aos debates. Esse sujeito [Marçal] não pode usar o debate para responder o que quer e fazer cortes para as redes sociais. Ele desmoralizou o debate, não apresenta nenhuma proposta, exceto a ideia maluca do teleférico. Isso é anarquia”, disparou Datena, expressando sua preocupação com as dinâmicas atuais das campanhas eleitorais.
Datena não se prende apenas à busca pela vitória eleitoral, mas sim à luta pela democracia. “Não estou preocupado se vou ganhar a eleição, mas preocupado porque ele representa um risco para a democracia. As regras desse jogo estão desatualizadas”, concluiu o apresentador, ressaltando a urgência de críticas construtivas e debates efetivos para fortalecer o cenário eleitoral do Brasil.
Esta situação mostra como as redes sociais têm um papel crucial nas eleições contemporâneas, onde a comunicação direta com o eleitor se torna uma estratégia poderosa, mas também desafiadora, demandando atenção às implicações éticas e políticas de suas ações.