Críticas de Christopher Landau ao STF e Consequências Diplomáticas
O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, fez declarações contundentes durante o último sábado (9/8), sugerindo que um “único ministro do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder” ao ameaçar líderes do Legislativo e do Executivo com penalidades severas. Embora não tenha mencionado diretamente o nome de Alexandre de Moraes, o ministro do STF que é alvo de sanções pelo governo Trump, suas palavras foram claras e incisivas.
Em suas redes sociais, Landau destacou que “um único ministro do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com prisão, encarceramento ou outras penalidades”. Ele ainda enfatizou que a situação é “inédita e anômala” para a democracia. A crítica reflete um descontentamento crescente da administração Trump em relação ao Judiciário brasileiro e sua atuação.
Christopher Landau, que ocupa uma posição de destaque no governo americano, sendo o número dois do secretário de Estado Marco Rubio, manifestou também a intenção da Casa Branca de restabelecer a “amizade histórica” com o Brasil. “Enquanto é possível negociar com líderes dos poderes Executivo ou Legislativo de um país, não há como negociar com um juiz, que deve manter a pretensão de que todas as suas ações são ditadas pela lei”, afirmou ele, apontando para um impasse onde, segundo ele, o “usurpador se encobre no Estado de Direito” enquanto os outros poderes se sentem impotentes.
As declarações de Landau se juntam a uma série de ataques dirigidos ao STF, especialmente ao ministro Moraes, que é alvo da Lei Magnitsky. Essa sanção implica no congelamento de bens e contas bancárias em território americano, além de proibir a entrada de Moraes nos Estados Unidos. A situação se complica ainda mais em um contexto em que o governo Trump se opõe a decisões recentes do ministro no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), implicado em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A tensão entre os dois países se intensifica, especialmente após a imposição de taxas adicionais em 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, uma medida que faz parte de um conjunto de ações protecionistas adotadas pela administração Trump. Essa taxa elevada foi anunciada na quarta-feira (6/8) e reforça a relação tumultuada entre as nações.
Na carta que comunicou o aumento nas tarifas, Trump mencionou a suposta “caça às bruxas” promovida pelo STF contra Bolsonaro como uma das motivações para essa medida dramática. A crescente tensão entre os dois governos deixa muitos analistas preocupados com as possíveis consequências para as relações bilaterais e o impacto no comércio entre Brasil e Estados Unidos.
O futuro da diplomacia entre Brasil e EUA, portanto, permanece incerto, especialmente com as novas posturas da administração Trump em relação a figuras do Judiciário brasileiro, que prometem influenciar a dinâmica política e econômica entre os dois países nos próximos meses.