Na última terça-feira, dia 17, o governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB, proclamou a situação de emergência em todo o estado, uma decisão motivada pelo acentuado agravamento das queimadas e da severa estiagem que afeta a região. Esse contexto se torna ainda mais relevante, considerando que em novembro de 2025, Belém, a capital paraense, será o palco da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30). Este importante evento, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), reunirá líderes globais para discutir questões prementes que incluem as queimadas e as consequências da seca, entre outros fenômenos climáticos críticos.

A última edição da COP, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, atraiu aproximadamente 80 mil participantes credenciados. Já a anterior, em Sharm-el-Sheik, no Egito, contou com cerca de 50 mil. Para a conferência em Belém, espera-se um aumento significativo na participação, com a previsão de que entre 140 e 150 chefes de Estado compareçam ao evento, o que destaca a importância e a relevância das questões ambientais na agenda global.

O decreto assinado por Helder Barbalho institui a situação de emergência ambiental de nível 2, abrangendo todo o território paraense. Esta medida foi tomada em resposta à extensa estiagem e seus efeitos agravantes, como os incêndios florestais que têm devastado parques e áreas de proteção ambiental, além de outras regiões que são vitais para a preservação do meio ambiente. O aumento das queimadas em áreas não protegidas também compromete a qualidade do ar, colocando em risco a saúde da população.

A implementação da situação de emergência permite a mobilização de todos os órgãos do governo estadual, coordenados pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, para realizar ações de resposta rápida a esses desastres e desenvolver planos de recuperação das áreas afetadas. O governo também está preparando programas de recuperação e poderá convocar voluntários para fortalecer seus esforços de resposta, sempre respeitando as diretrizes de segurança e os protocolos de saúde em vigor. Além do decreto, Barbalho anunciou um plano de ação emergencial com a colaboração de diversas secretarias estaduais, visando unir esforços para enfrentar essa crise ambiental.

A longa estiagem que assolou o estado tem causado graves danos em diversas regiões, resultando na diminuição dos níveis de água em reservatórios, rios e aquíferos. Essas condições adversas têm gerado impactos significativos na agricultura, no abastecimento de água potável e na pecuária, além de comprometer outras atividades econômicas essenciais para a população.

O governador enfatizou a seriedade da situação ao afirmar: “Assinei um decreto de emergência ambiental em razão das queimadas e da estiagem em nosso estado. Já encaminhei à Defesa Civil Nacional o pedido de reconhecimento e todas as estratégias de enfrentamento. Além disso, recebi do Corpo de Bombeiros e de diversas instituições o nosso Plano Emergencial para combater as queimadas, a estiagem e os focos de incêndio.” Ele destacou a alarmante estatística de aumento de 200% no número de focos de queimadas em comparação ao mesmo período do ano anterior, 2023. Brigadistas e equipes estão atuando nas áreas mais críticas, com a utilização de equipamentos e aeronaves para mitigar a crise, especialmente nos 15 municípios mais impactados pela situação.

Entre as regiões mais atingidas pela seca e pelas queimadas, estão Araguaia, Baixo Amazonas, Carajás, Guajará, Guamá, Lago de Tucuruí, Marajó, Rio Caeté, Rio Capim, Tapajós, tocantins e Xingu. O decreto enfatiza que esses eventos climáticos estão gerando danos ambientais significativos, incluindo a morte e migração de diversas espécies da fauna, destruição da vegetação em decorrência da escassez de água e um aumento considerável do risco de incêndios, que poluem o ar com partículas e gases tóxicos. Esses fenômenos não apenas afetam a qualidade do ar, mas também contribuem para as mudanças climáticas, refletindo a urgência de ações coletivas e eficazes para mitigar esses impactos.

Além disso, a situação de emergência tem implicações diretas na saúde pública, exacerbando problemas respiratórios entre a população em virtude da poluição do ar provocada pelas queimadas. Assim, o governo do Pará se mobiliza para enfrentar essa grave crise ambiental, buscando soluções que, além de amenizar os efeitos imediatos, promovam a recuperação e a preservação do meio ambiente para as futuras gerações.

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