O Confronto Mortal em Praça Seca

No último dia 10 de julho, a comunidade do Bateau Mouche, localizada no bairro Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro, foi palco de um intenso tiroteio que resultou na morte de três integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP). O ataque, segundo moradores, ocorreu por volta das 2h da manhã e deixou a população em estado de medo, com relatos de gritos e tiros ecoando pela região. A ação violenta parece ter sido uma tentativa do TCP de retomar o controle da área, que atualmente é dominada pelo Comando Vermelho (CV).

As imagens divulgadas nas redes sociais mostram os corpos dos indivíduos do TCP, que apresentavam marcas de extrema violência. Em um dos vídeos, membros do CV ostentam a demonstração de poder ao exibir os cadáveres, reforçando a mensagem de dominação sobre a região e deixando um aviso claro à facção rival: a próxima vítima seria Eweline Passos Rodrigues, conhecida como “Diaba Loira”.

A Ascensão e os Perigos de Diaba Loira

Eweline, de 28 anos, se destacou no tráfico ao mudar-se do Comando Vermelho para o TCP, o que lhe rendeu a condenação por seus antigos companheiros. Desde que se afastou do CV, ela se tornou alvo de ameaças de morte, intensificando o clima de tensão entre as facções. Atualmente, Diaba Loira é foragida da Polícia Civil do Rio de Janeiro, respondendo por acusações ligadas ao tráfico de drogas e à organização criminosa, e a busca por seu paradeiro se intensificou com a divulgação de um cartaz pelo Disque Denúncia.

Natural de Santa Catarina, Diaba Loira possui um passado marcado por violência. Ela sobreviveu a uma tentativa de feminicídio, na qual seu ex-companheiro a feriu gravemente, perfurando seu pulmão. Após essa experiência traumática, ela fugiu para o Rio de Janeiro e se juntou ao Comando Vermelho, onde rapidamente ganhou notoriedade. Sua fama se espalhou não apenas pelo envolvimento no tráfico, mas também pela ostentação de armamentos pesados nas redes sociais, como fuzis e pistolas. Frases provocativas, como: “Não me entrego viva, só saio no caixão”, refletem seu firme posicionamento na guerra entre facções.

Desafios da Segurança Pública e o Controle Territorial

A situação em Praça Seca destaca a fragilidade da segurança pública na região, onde a presença policial é intermitente e conflitos entre facções se intensificam. Apesar das operações realizadas, a disputa pelo controle dos pontos de venda de drogas continua a resultar em confrontos frequentes. Até o momento, não houve prisões relacionadas ao recente tiroteio, e a comunidade permanece sob a influência do tráfico, com a população vivendo em constante temor.

A violência nas favelas cariocas, particularmente em áreas como Praça Seca, é um reflexo de um problema mais amplo que envolve não apenas o tráfico de drogas, mas também a luta pelo poder e o controle territorial entre facções rivais. Especialistas alertam que a falta de políticas eficazes para combater o crime organizado e a complexidade das relações entre as facções dificultam ainda mais a resolução da situação. Nesse contexto caótico, a figura de Diaba Loira emerge como um símbolo da brutalidade e da luta interna que permeia esses grupos, deixando a sociedade em alerta sobre as desdobramentos que podem surgir a partir de um simples jogo de poder.

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