Pesquisas em Momento Crucial

Uma análise preliminar realizada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) trouxe à tona novos detalhes sobre o caso de Ricardo Jardim, um publicitário de 66 anos, suspeito de esquartejar sua namorada, Brasília Costa, de 65 anos, e dispersar partes do corpo dela por diferentes locais em Porto Alegre. As investigações indicam que, no dia 21 de agosto, Ricardo fez buscas na internet sobre identificação e DNA, apenas um dia depois de deixar uma mala contendo o tronco da vítima na rodoviária da cidade.

O delegado Mário Souza, que lidera o Departamento de Homicídios, comentou que as pesquisas ocorreram por volta das 20h12. No dia anterior, Ricardo havia utilizado o guarda-volumes da Estação Rodoviária de Porto Alegre para armazenar a mala que continha o tronco desmembrado de Brasília. “As investigações revelaram que o suspeito estava em busca de informações sobre como funciona o DNA e a existência de bancos de dados relacionados à identificação de pessoas”, relatou o delegado.

Esses dados levantaram suspeitas sobre as intenções de Ricardo. “A preocupação dele com a identificação está clara, especialmente pelo fato de ter cortado os dedos da vítima e retirado a cabeça dela posteriormente, o que indica uma tentativa deliberada de dificultar a identificação. Ele desejava se livrar das consequências de seus atos”, destacou Souza.

O Contexto do Crime

Os fatos do caso já estão sendo confirmados pelas autoridades envolvidas. A vítima, Brasília Costa, era uma manicure de 65 anos, natural de Arroio Grande e criada em Jaguarão, que residia em Porto Alegre. Por outro lado, o suspeito, Ricardo Jardim, já tinha um histórico criminal, sendo condenado em 2018 pelo assassinato da própria mãe. Recentemente, ele havia progredido para o regime semiaberto em 2024 e estava foragido até ser preso no dia 5 de setembro.

Os elementos encontrados até agora incluem o tronco da vítima, que foi descoberto dentro da mala na rodoviária em 13 de agosto, e os membros do corpo em sacolas no bairro Santo Antônio, além de uma perna encontrada na Praia de Ipanema em 6 de setembro. A investigação também revela que Ricardo utilizou o celular e os cartões de Brasília após sua morte, além de ter enviado mensagens para familiares da vítima, simulando que ela estava viva e em uma viagem.

Confirmações e Evidências

A perícia do IGP confirmou que os segmentos encontrados pertenciam à mesma pessoa, e amostras de DNA masculino nos sacos coincidiram com o perfil de Ricardo, o que foi determinante para solicitar sua prisão. A principal linha de investigação continua a apontar para motivos financeiros, uma vez que Ricardo e Brasília tinham um relacionamento, mas também uma dinâmica financeira complexa.

O diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mário Souza, enfatizou que a forma como os restos mortais foram descartados indica um planejamento cuidadoso do crime. A mala foi deixada em um local específico e os outros fragmentos do corpo apareceram em diferentes partes da cidade, sugerindo uma tentativa de atrasar o processo de identificação. “Esse homem não pode coexistir em sociedade. Sua capacidade criminosa é extremamente elevada”, disse o delegado.

A investigação prossegue, buscando entender melhor o período e as circunstâncias que cercam o assassinato, além de investigar a possível existência de coautores. Peritos continuam a analisar celulares e computadores apreendidos de Ricardo, e a polícia suspeita que ele tenha manipulado a situação para manter a ilusão de que Brasília estava viva, o que poderia ter permitido a movimentação de valores em sua conta bancária.

Share.
Leave A Reply

Exit mobile version