Audiência na Corte de Apelação de Roma
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) terá uma nova audiência na Itália na próxima quarta-feira, dia 13 de agosto, onde será analisado o pedido de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A data foi estabelecida pela Justiça italiana, após a parlamentar ter passado por uma audiência de custódia na semana seguinte à sua prisão.
Neste encontro, Zambelli será ouvida pela primeira vez na Corte de Apelação de Roma. Um dos principais argumentos que sua defesa apresentará envolve questões de saúde que a parlamentar enfrenta. Segundo seu pai, João Hélio, que estava com Carla no momento da detenção, ela sofre de mais de dez doenças, incluindo a síndrome da taquicardia postural ortostática, que a levou a ficar internada em 2024. Esta condição impacta o sistema nervoso e provoca episódios de taquicardia, complicando ainda mais sua situação.
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Contexto da Prisão e Pedido de Extradição
A informação sobre a audiência foi confirmada pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Federal (STF), após consulta a autoridades italianas. Zambelli foi presa no dia 29 de julho, após o deputado italiano Angelo Bonelli ter comunicado às autoridades sobre a localização da parlamentar, que se encontrava hospedada em um hotel. Desde então, ela está detida no Instituto Penitenciário de Rebibbia, na periferia de Roma, e deve permanecer lá até que o processo seja finalizado.
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), todas as medidas necessárias serão tomadas para garantir o cumprimento da solicitação de extradição feita pelo Brasil. A deputada estava foragida desde o fim de maio, quando foi condenada a dez anos de prisão pelo STF devido ao envolvimento em um caso de invasão hacker no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Nota de Carla Zambelli
Em meio a essa turbulência, a defesa da deputada divulgou uma carta escrita por ela à mão, datada de 6 de agosto. Nele, Zambelli expressa seus sentimentos sobre a detenção, afirmando ter “a consciência tranquila de quem é inocente” e utilizando um tom desafiador em relação ao ministro Alexandre de Moraes, a quem se refere como “ditador”.
Na carta, Zambelli enfatiza: “Quero me pronunciar que estou sendo ‘forte e corajosa’, mantendo a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente. Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos.”
O conteúdo da carta evidencia a convicção da parlamentar em sua inocência e sua determinação em enfrentar o que considera uma injustiça. Ao final, Zambelli conclui com uma mensagem de esperança para seus apoiadores, dizendo: “Amo vocês com todo meu coração! Tudo posso naquele que me fortalece.”