Ministro Rebate Críticas da Otan

Nesta quinta-feira, dia 17, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, classificou como “descabidos” os comentários do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, a respeito de possíveis sanções ao Brasil por sua decisão de manter relações comerciais com a Rússia. Vieira, em entrevista à CNN, não poupou críticas: “Essas declarações são totalmente sem fundamento”.

Mark Rutte havia afirmado, em uma declaração anterior na terça-feira (15), que países como Brasil, China e Índia poderiam enfrentar sérias consequências devido a sanções secundárias, caso continuassem a negociar comercialmente com a Rússia. Segundo Rutte, atividades comerciais envolvendo petróleo e gás poderiam ser “extremamente prejudiciais” para essas nações.

Essa declaração reitera a ameaça já feita anteriormente, onde foi sugerida a possibilidade de tarifas de 100% sobre nações que mantivessem negócios com a Rússia no setor de energia, estabelecendo um prazo de 50 dias para que Moscou chegasse a um acordo sobre o conflito com a Ucrânia.

O chanceler brasileiro destacou que a União Europeia, um dos principais compradores de petróleo e gás russo, também é parte desse debate. Vieira enfatizou que o Brasil conduz suas relações comerciais de maneira bilateral, além de seguir as normas estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). “O Brasil, assim como outras nações, lida com suas relações comerciais de forma bilateral ou sob a égide da OMC. Portanto, as declarações de Rutte são infundadas e irrealistas”, afirmou o ministro.

Diplomatas consultados pela CNN consideram que a advertência proferida por Rutte é “absurda” e pode desencadear uma crise de insegurança alimentar e energética em escala global. A Rússia, atualmente, é o quinto maior exportador de grãos do mundo e o principal fornecedor de fertilizantes, que são essenciais para a produção agrícola em países como Brasil, China e Índia.

A perspectiva de conturbações no comércio internacional e suas repercussões para a segurança alimentar são temas que têm gerado crescente preocupação entre especialistas. O impacto das sanções sobre o comércio agrícola e energético pode ser sentido em diversos níveis, afetando o suprimento de alimentos e, potencialmente, elevando os preços globalmente.

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