Mercados Europeus Reagem Favoravelmente

Os principais índices das bolsas de valores europeias encerraram a quinta-feira (18/9) em alta, à medida que os investidores digeriram as recentes decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Reino Unido. O índice Stoxx 600, abrangendo 600 empresas europeias listadas, registrou um aumento de 0,8%, alcançando 555 pontos.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX avançou 1,35%, culminando em 23,6 mil pontos. Em Paris, o CAC 40 viu um crescimento de 0,87%, fechando a 7,8 mil pontos. Enquanto isso, em Londres, o índice FTSE 100 apresentou uma leve alta de 0,21%, terminando o dia em 9,2 mil pontos. Por fim, na Bolsa de Madri, o Ibex 35 encerrou com um incremento de 0,32%, chegando a 15,1 mil pontos.

Decisões do Banco da Inglaterra e do Fed

Um dos principais fatores que impulsionaram os mercados europeus foi a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) de manter a taxa de juros de referência em 4% ao ano, uma medida que estava dentro das expectativas de muitos analistas. No entanto, a votação não foi unânime: 7 membros foram a favor da manutenção, enquanto 2 optaram por uma redução de 0,25 ponto percentual.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) anunciou seu primeiro corte de juros do ano, com uma queda de 0,25 ponto percentual. Esta decisão marca a primeira redução sob a presidência de Donald Trump, que tem pressionado a autoridade monetária por cortes maiores desde o início de seu mandato. A votação no Fed também teve divisões, com Stephen Miran, indicado por Trump, solicitando um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual.

Expectativas para o Futuro

O Fed sinalizou que pretende realizar mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano, o que poderia levar os juros para uma faixa entre 3,5% e 3,75% até 2025. As próximas reuniões do Fed estão agendadas para outubro (28 e 29) e dezembro (9 e 10).

“O aspecto mais revelador além da decisão foi o ‘dot plot’, que apresentou projeções de mais cortes em 2025. A média das projeções foi ajustada para 3,6% em vez dos 3,9% previamente publicados em junho”, explicou Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad. Para Zogbi, o ‘dot plot’ sugere que os membros do comitê não esperam grandes mudanças na política monetária, o que pode gerar alguma volatilidade em um mercado acostumado a um ambiente mais estimulativo.

Além disso, Zogbi ressaltou que a linguagem utilizada pelo Fed nas reuniões indica uma preocupação crescente com o mercado de trabalho, embora as previsões para a taxa de desemprego em 2025 não tenham sofrido alterações. “Na coletiva após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou a desaceleração do crescimento econômico e a recuperação da inflação, que, embora tenha diminuído, ainda está considerada elevadíssima”.

Powell ainda alertou que os efeitos das tarifas foram levados em conta e sua influência sobre a inflação ainda é imprevisível. Apesar de atualmente estarem limitados a aumentos em segmentos específicos, como bens de consumo, os impactos podem se expandir.

Por fim, em relação à possibilidade de cortes de juros mais substanciais, Powell reafirmou que a abordagem de 25 pontos-base é a mais apropriada para o cenário atual. Ele enfatizou a saúde contínua da economia, mesmo com um mercado de trabalho demonstrando sinais de desaceleração, o que ajuda a mitigar riscos de inflação.

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