Você já ouviu falar sobre o Beefalo? Essa fascinante raça, que resulta do cruzamento entre 3/8 de sangue de bisão americano (Bison bison) e 5/8 de gado europeu (Bos taurus), é um dos mais intrigantes e promissores desenvolvimentos da pecuária moderna. Se você está curioso para saber mais sobre essa espécie única, assista ao vídeo que preparamos e mergulhe nessa história envolvente.

O programa Giro do Boi teve uma conversa iluminadora com o especialista PhD em Ciência Animal e zootecnista Albino Luchiari Filho, renomado professor aposentado da USP, que compartilhou suas experiências com o Beefalo durante sua passagem pelo brasil. Essa raça foi criada com o objetivo de unir a resistência e rusticidade do bisão americano com a docilidade e a qualidade da carne do gado doméstico, e vem ganhando cada vez mais admiradores e criadores nos Estados Unidos.

A origem do Beefalo remonta às décadas de 1960 e 1970, quando criadores visionários como Jim Burnett, do Montana, e D.C. “Bud” Basolo, da Califórnia, iniciaram o trabalho de seleção e cruzamento. D.C. Basolo, em particular, foi fundamental na formação do rebanho fundador e na criação da American Beefalo Association (ABA) em 1975, uma entidade que regula a criação e padronização da raça até os dias atuais, assegurando sua qualidade e integridade.

No brasil, a introdução do Beefalo começou a ganhar força na década de 1990, quando o engenheiro industrial Francisco José Ribeiro Junqueira trouxe oficialmente a raça ao país. Em 1991, ele importou 106 exemplares diretamente dos Estados Unidos para sua fazenda em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Esses animais foram registrados na American Beefalo World Registry (ABWR) e passaram por um rigoroso processo de quarentena no estado de Wyoming, onde enfrentaram temperaturas extremamente baixas antes de chegarem ao clima tropical do pantanal.

A adaptação dos Beefalos ao calor intenso, com temperaturas frequentemente superiores a 35 °C, surpreendeu muitos especialistas, evidenciando a resiliência genética dessa raça. Desde então, os Beefalos têm sido amplamente utilizados em sistemas de reprodução, como cobertura natural e inseminação artificial, especialmente com vacas aneloradas, destacando-se pela sua rusticidade e desempenho em pastagens e rações comuns.

O interesse em torno do Beefalo não se limita apenas à sua criação; também despertou a atenção da comunidade científica, que começou a investigar as vantagens zootécnicas dos cruzamentos entre o Beefalo e raças brasileiras, como o nelore e o canchim. As pesquisas têm se concentrado na avaliação das carcaças desses cruzamentos, visando entender os ganhos em rendimento de carne, precocidade e qualidade do produto final.

Os resultados dos cruzamentos do Beefalo com nelore e canchim têm mostrado um desempenho produtivo promissor. Esses animais têm se destacado especialmente em termos de ganho de peso e acabamento de carcaça, o que é um indicativo de sua adaptabilidade e eficiência na produção de carne de qualidade. Essa versatilidade torna o Beefalo uma opção atraente para os criadores que buscam aumentar a produtividade e a qualidade de seus rebanhos.

Em suma, o Beefalo representa uma interessante intersecção entre a tradição da pecuária e a inovação genética, oferecendo uma alternativa viável para os desafios enfrentados pela agricultura moderna. À medida que mais estudos são realizados e mais criadores adotam essa raça, é possível que o Beefalo se torne uma parte ainda mais significativa do cenário agropecuário brasileiro, contribuindo para a diversificação e a sustentabilidade da produção de carne no país.

Se você está interessado em saber mais sobre as características e os benefícios do Beefalo, não deixe de acompanhar as novidades e estudos que estão surgindo nesse campo. Essa raça não apenas tem um potencial incrível, mas também uma história rica que merece ser explorada e divulgada.

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