O governo da áustria anunciou uma série de mudanças significativas em suas leis de controle de armas, visando aumentar a segurança pública após um trágico tiroteio que resultou na morte de dez pessoas em uma escola em Graz, no sul do país, no início de maio. O autor do ataque, um jovem de 21 anos, utilizou uma espingarda e uma pistola Glock, ambas adquiridas legalmente, para cometer o crime antes de tirar a própria vida.
Em resposta a essa tragédia, o chanceler austríaco, Christian Stocker, declarou em uma coletiva de imprensa que o governo está determinado a aprender com os erros do passado e a implementar as mudanças necessárias para prevenir futuros incidentes. “Prometemos que não voltaremos à normalidade como se nada tivesse acontecido e que tiraremos as conclusões corretas desse crime para estarmos à altura da responsabilidade que temos”, afirmou Stocker.
Atualmente, a legislação austríaca é considerada mais permissiva em comparação com outros países europeus. Qualquer adulto que não tenha restrições legais pode adquirir uma espingarda, enquanto a compra de armas de fogo mais perigosas, como pistolas, exige uma licença, que é condicionada à aprovação em um teste psicológico. Contudo, a nova proposta do governo visa elevar a idade mínima para a aquisição de armas de fogo de 21 para 25 anos. Além disso, o período de espera entre a compra e a entrega do armamento será estendido de três dias para quatro semanas, e as licenças para posse de armas terão validade de até oito anos.
Stocker enfatizou que a decisão do gabinete demonstra o compromisso do governo em manter a segurança da população. “A decisão do gabinete de hoje mostra que estamos cumprindo essa responsabilidade”, destacou. Essa mudança reflete uma preocupação crescente com a saúde mental e a segurança pública, pois o governo austríaco pretende também aumentar o rigor dos testes psicológicos necessários para a obtenção de uma arma.
Outra medida importante que está sendo considerada é o aumento do número de psicólogos nas escolas ao longo dos próximos três anos. O objetivo é identificar e tratar potenciais riscos de forma precoce, prevenindo assim comportamentos violentos. O atirador de Graz havia sido reprovado em um teste psicológico exigido para o serviço militar, mas essa informação não era compartilhada com autoridades civis, o que levantou questões sobre a eficácia do sistema atual. Para resolver essa situação, o governo austríaco se comprometeu a melhorar a troca de informações entre os militares e os órgãos reguladores de armas, assegurando que dados relevantes sejam levados em conta nas solicitações de licença para posse de armamento.
“Quem representar perigo não poderá mais possuir armas de fogo“, afirmou o vice-chanceler Andreas Babler, reforçando o foco do governo na segurança da comunidade. As investigações sobre as possíveis motivações do atirador ainda estão em andamento, mas a resposta do governo austríaco é clara: um compromisso firme com a reforma das leis de controle de armas e uma ênfase renovada na saúde mental da população.
Essas ações visam não apenas corrigir falhas no sistema existente, mas também garantir que a sociedade se sinta mais segura. Com a implementação dessas novas medidas, a áustria busca se alinhar com as melhores práticas de controle de armas na europa, garantindo que a segurança pública seja uma prioridade máxima. A expectativa é que essas mudanças ajudem a criar um ambiente mais seguro para todos os cidadãos, prevenindo que tragédias como a de Graz se repitam no futuro.