Rede de Cuidados à Saúde do Idoso

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) prioriza a promoção do envelhecimento ativo e saudável. Para isso, a Atenção Primária à Saúde (APS) torna-se o primeiro ponto de contato, sendo oferecida nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que estão espalhadas por todas as regiões administrativas da capital.

Para qualificar ainda mais esse atendimento, a rede pública conta com dez Ambulatórios de Geriatria que estão estrategicamente localizados. Nesses centros, equipes multiprofissionais (eMulti), compostas por geriatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e outros especialistas, realizam acompanhamentos individualizados.

Além das consultas, a rede disponibiliza diversas ações, incluindo Práticas Integrativas em Saúde (PIS), o Circuito Multissensorial para prevenção de quedas, grupos de apoio ao combate ao tabagismo, além de atividades destinadas à promoção de hábitos saudáveis e programas voltados para doenças crônicas.

A variedade das atividades oferecidas pode mudar conforme a UBS. “Embora todas as equipes possam desenvolver ações voltadas à saúde do idoso, as unidades que possuem eMulti tendem a proporcionar um número maior de atividades coletivas e atendimentos individuais”, comenta Simone Lacerda, gerente de Apoio à Saúde da Família (Gasf) da SES-DF.

Desafios do Alzheimer no Brasil

Atualmente, mais de 1,8 milhão de brasileiros convivem com algum tipo de demência, e o Alzheimer se destaca como a forma mais prevalente. Isso representa aproximadamente 12% da população idosa, com variações regionais significativas. Projeções indicam que, até 2050, esse número pode saltar para 5,7 milhões de casos diagnosticados no Brasil, conforme dados recentes do Relatório Nacional de Demência do Ministério da Saúde.

Diante desse panorama, Lacerda enfatiza que os cuidados devem se iniciar antes mesmo do marco dos 60 anos, com ênfase na manutenção da autonomia, independência e participação social. “A nossa abordagem vai além do tratamento da doença. Implementamos um modelo de atenção em rede, com equipes interdisciplinares, garantindo um cuidado integral que coloca a pessoa idosa no centro do processo”, destaca a especialista.

Os sinais iniciais do Alzheimer podem ser discretos e facilmente confundidos com outros problemas de saúde mental. Mudanças de comportamento, dificuldades em realizar tarefas do dia a dia — como cozinhar, dirigir ou gerenciar contas — e esquecimentos frequentes, como conversas recentes, são alguns dos indícios. Além da memória, a doença impacta a linguagem, a capacidade de planejamento, a noção espacial e a percepção visual.

Para os pacientes que recebem um diagnóstico precoce, a recomendação é estimular a autonomia e adaptar atividades que são prazerosas e significativas à nova realidade. O acesso aos ambulatórios especializados se dá por meio de encaminhamentos das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), através da Central de Regulação, ainda nas UBSs.

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