Uma Reflexão Sobre a Soberania Nacional e a Realidade Econômica Brasileira
A chantagem e a intimidação sempre apresentam um desafio complicado, especialmente quando os atingidos se veem sem opções viáveis. Este é o cenário que o Brasil enfrenta em relação a Donald Trump, que, como sabemos, não hesita em utilizar sua influência para pressionar países em situações vulneráveis. Enquanto o STF, o presidente Lula e a mídia discutem questões de soberania nacional, a realidade é que muitos brasileiros precisam lidar com a sobrevivência diária. Empresários precisam faturar e trabalhadores aguardam seus salários, e, nesse contexto, a soberania se traduz em garantir a subsistência das famílias e a continuidade da vida.
O recente pacote apresentado pelo governo, que foi embalado com uma retórica eleitoreira, parece não fornecer uma solução adequada para o enorme desafio que os exportadores brasileiros enfrentam com os Estados Unidos. Além disso, essa proposta poderá agravar ainda mais a já complicada situação das contas públicas.
Era urgente tomar uma medida? Sem dúvida. Contudo, é ingenuidade pensar que a arrecadação do governo é uma questão simples de separar recursos em gavetas distintas. Não é dessa forma que as finanças governamentais funcionam. A ideia de que os R$ 30 bilhões deste pacote virão de um valor que estava ocioso no Fundo de Garantia à Exportação é, na verdade, uma manobra contábil.
Independentemente da nomenclatura dada a cada rubrica ou da tentativa de apresentar superávits para compensar déficits, a realidade é que o caixa do governo é único. Quanto menor for o espaço disponível para os gastos, mais o governo se vê forçado a contrair empréstimos, o que gera uma necessidade ainda maior de criar ilusões financeiras para demonstrar que possui recursos.
O Impacto da Chantagem e a Fragilidade Brasileira
Conforme mencionei, a chantagem e a intimidação têm um impacto profundo, e a verdade é que o Brasil se encontra em uma posição de vulnerabilidade frente ao poderio americano. Não adianta transferir a responsabilidade pela nossa fragilidade para outros países: há séculos, nos esforçamos para ocupar um espaço menor no cenário global.
Daqui a algum tempo, a pergunta que deverá ecoar com mais força é se realmente vale a pena sacrificar o país para preservar a prisão de indivíduos como Jair Bolsonaro e outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. É necessário ponderar se é sensato colocar em risco a economia e o sustento de empresários e trabalhadores apenas para garantir que o STF permaneça fora de sua função constitucional, atuando como um tribunal censor, o que, na prática, compromete a democracia em nome da sua proteção.
Adiante, poderemos chegar à conclusão de que, embora Donald Trump esteja incorreto em suas ações, isso não implica que estamos totalmente certos em nossa postura. A alternativa menos dolorosa às pressões e intimidações que enfrentamos pode ser uma atuação mais moderada do STF, permitindo que o Congresso vote a favor de uma anistia para aqueles que foram condenados. O futuro do Brasil pode depender da capacidade de encontrar equilíbrio em meio a essas tensões políticas e sociais.