De acordo com o boletim mais recente sobre a estiagem, divulgado pela Defesa Civil do Amazonas, até a última terça-feira (27), vinte municípios foram identificados em estado de emergência devido à seca intensa que atinge a região. Essa situação crítica impactou cerca de 290 mil cidadãos e 77 mil famílias que dependem diretamente das calhas dos rios do estado. Com a previsão de que novos decretos sejam publicados, essa realidade pode se agravar, afetando ainda mais a população local.

Em meio a essa crise hídrica, os incêndios florestais têm gerado “ondas” de fumaça que se espalham pela vasta extensão do estado do Amazonas. Na manhã desta quarta-feira, a capital, Manaus, amanheceu coberta por uma densa nuvem de poluição, resultado da continuidade dessas queimadas, que se arrastam por dias consecutivos.

No contexto deste ano, o estado enfrenta um cenário ambiental alarmante, resultado da combinação da drástica redução dos níveis dos rios e das queimadas que têm se intensificado. Muitas cidades já enfrentam problemas sérios para a obtenção de insumos essenciais, o que provoca um aumento significativo nos preços dos produtos. Além disso, as comunidades indígenas e ribeirinhas estão enfrentando o risco de isolamento, complicando ainda mais a situação.

Durante a reunião do comitê responsável pelo enfrentamento da estiagem, que ocorreu nesta quarta-feira, foram formalizados decretos que ampliam a situação de emergência para toda a extensão do estado. Essas novas medidas incluirão ações coordenadas para combater as queimadas e estratégias voltadas à melhoria da saúde pública, especialmente no combate a doenças provocadas pela má qualidade da água, um problema crescente em virtude da seca.

Segundo as informações divulgadas pelo governo estadual, desde o dia 30 de abril, o Amazonas tem registrado um número alarmante de 12.329 focos de calor, uma evidência clara da seca extrema que compromete as fontes de abastecimento e a logística na região. Essa situação crítica tem contribuído para um aumento no número de doenças diarreicas, especialmente em populações que consomem água não tratada.

O governador enfatizou que as autoridades identificaram uma elevação nos casos de doenças diarreicas em diversas comunidades e municípios. Essas condições são resultado do acesso inadequado à água potável, além de outros problemas de hidratação que surgem frequentemente durante períodos de estiagem, exacerbando as dificuldades de saúde pública na região.

A resposta do governo estadual inclui o envio de 700 toneladas de insumos básicos para mais de 77 mil famílias afetadas pela seca. O grande desafio, no entanto, continua sendo garantir o fornecimento de água potável e alimentos necessários para a sobrevivência das populações impactadas.

Adicionalmente, foi anunciada a ampliação do número de brigadistas, com a inclusão de mais 85 profissionais, elevando o total para quase 700 homens dedicados ao combate aos incêndios, especialmente nas regiões do sul do estado.

Apesar desse aumento, as autoridades afirmam que esse contingente ainda é insuficiente para lidar com a totalidade dos focos de incêndio que surgem na região, conforme alertou Inaldo Mendes, subcomandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas. Mendes destacou a urgência não só em aumentar o número de agentes, mas também em dotá-los de equipamentos adequados. Ele ressaltou a necessidade de um avião adequado para auxiliar no combate aos incêndios e facilitar o transporte das equipes, uma vez que as áreas afetadas tornam-se cada vez mais isoladas durante esta fase crítica.

Enquanto isso, as autoridades locais aguardam uma resposta do Governo Federal em busca de apoio para mitigar os efeitos da estiagem e das queimadas, que estão causando impactos profundos tanto na saúde da população quanto na preservação do meio ambiente. A cooperação entre diferentes esferas de governo é crucial para enfrentar esta crise e proteger a integridade das comunidades afetadas.

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