Combate à Adulteração: O que Está Sendo Feito

As preocupações em torno da contaminação por metanol em bebidas alcoólicas destiladas têm mobilizado autoridades de saúde em todo o Brasil. Recentemente, o tema foi debatido no CB.Agro, uma colaboração entre o Correio e a TV Brasília. Durante a edição da última sexta-feira (3/10), participaram da conversa Edna Marques, secretária-executiva de Assistência à Saúde do Distrito Federal, e Fabiano dos Anjos, subsecretário de Vigilância em Saúde. Com a divulgação de casos em São Paulo e outros estados, o DF registrou dois casos suspeitos. Na entrevista conduzida pelas jornalistas Sibele Negromonte e Mariana Niederauer, os gestores abordaram a prontidão da rede pública de saúde para lidar com emergências, as precauções que devem ser tomadas por comerciantes e consumidores, assim como as operações de fiscalização em curso, como a Operação Quinto Mandamento, que já inspecionou mais de 1.300 estabelecimentos neste ano.

Preparação do DF para Emergências de Saúde

Em resposta aos casos de adulteração, Edna Marques detalhou como a assistência à saúde está estruturada no DF. “Temos disponível uma rede robusta, incluindo Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e prontos-socorros, prontos para receber qualquer emergência relacionada a intoxicações. Assim que um paciente chega, ele é acolhido e, dependendo da gravidade do quadro, podem ser realizados exames como hemograma e gasometria. A evolução do quadro é monitorada de perto, e, se necessário, o paciente é transferido rapidamente para hospitais com maior complexidade”, explicou.

Casos Suspeitos no DF

Atualmente, o DF reporta dois casos suspeitos de contaminação. Um deles está em tratamento em um hospital privado, enquanto o outro recebeu atendimento em uma UPA e foi encaminhado para uma unidade mais equipada. Marques enfatizou que não é necessário correr para os hospitais, já que as UPAs são portas de entrada adequadas, capacitadas para lidar com essas situações.

Cuidados Necessários em Estabelecimentos

Fabiano dos Anjos alertou sobre os cuidados que os estabelecimentos devem adotar. “Todo produto deve ser registrado na Anvisa, e os comerciantes precisam ter a documentação adequada, como licenciamento e nota fiscal das bebidas”, afirmou. Quanto à população, ele recomendou que se verifique se o local possui licença de funcionamento e se as bebidas estão devidamente rotuladas e com validade. Alterações na cor e no odor das bebidas podem ser indícios de adulteração.

Como Denunciar Suspeitas de Adulteração

Fabiano também orientou sobre o que fazer caso alguém suspeite que uma bebida está adulterada. “A população pode entrar em contato pelo telefone 162 ou utilizar o aplicativo Participa DF. Quando o consumo de uma bebida é relacionado a problemas de saúde, iniciamos um processo investigativo por meio das vigilâncias de Saúde e Epidemiológicas”, explicou. Ele ainda destacou que a Secretaria de Saúde conta com dois serviços de grande relevância: o Centro de Informações Toxicológicas do DF (CIATox), que opera 24 horas, e o Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs), que integra os hospitais para auxiliar na identificação e gestão dos casos.

Fiscalização em Ação

A fiscalização tem sido intensificada através da Operação Quinto Mandamento, que reúne esforços de diversas entidades do GDF e ocorre todos os finais de semana. Até o momento, foram inspecionados 1.342 estabelecimentos, resultando na apreensão de bebidas sem a devida procedência, além de 896 litros de cachaça que foram inutilizados, e 161 estabelecimentos autuados por irregularidades.

Risco de Adulteração em Outros Tipos de Bebidas

Quando questionado sobre o potencial de adulteração em outros tipos de bebidas alcoólicas, Fabiano afirmou: “Até agora, todos os casos reportados estão relacionados com destilados. Entretanto, a situação é dinâmica e pode mudar rapidamente. Por isso, estamos em constante investigação, em parceria com o Ministério da Saúde e outros órgãos relevantes. Somente após confirmação laboratorial é que medidas adicionais podem ser implementadas”.

Sintomas de Intoxicação para Ficar Atento

Edna Marques concluiu destacando a importância da atenção aos sintomas: “Uma ressaca comum provoca sintomas como mal-estar, desidratação e dor de cabeça, mas normalmente se resolvem em até 8 horas. No entanto, se os sintomas persistirem ou se surgirem sinais como dor abdominal intensa, visão embaçada ou sonolência excessiva, é fundamental buscar atendimento médico o mais rápido possível”.

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