Na última sessão da Câmara Municipal, realizada na terça-feira, 27, um voto de repúdio foi aprovado contra a secretária de Educação, Satiele Santos, e a equipe diretiva da Escola Municipal Antônio Santiago. A medida foi uma resposta à grave situação vivenciada pelos alunos, que enfrentam a falta de professores qualificados em sala de aula. A substituição de docentes por profissionais contratados sem a devida qualificação compromete a qualidade do ensino, expondo os alunos a atividades que não estão alinhadas com a grade curricular estipulada. A denúncia, apresentada por um abaixo-assinado elaborado por mães de alunos, destaca a necessidade urgente de ação por parte do poder Legislativo para resolver a séria irregularidade educacional que afeta a formação dos estudantes.
Durante a sessão, um dos vereadores, Dr. Amorim, expressou sua indignação acerca da situação. Ele enfatizou a gravidade do problema, mencionando que a falta de um professor dedicado afeta diretamente o aprendizado dos estudantes. “Não podemos deixar uma turma sem professor. É inadequado substituí-lo por um contratado que não possui a qualificação necessária”, afirmou. O vereador ressaltou que os pais de alunos confiam que seus filhos estarão recebendo educação de qualidade e, diante da atual realidade, isso não está sendo cumprido. Dr. Amorim defendeu que a punição ao professor pode ser discutida na Justiça, se necessário, mas a prioridade deve ser garantir que os alunos tenham acesso à educação regular. Ele criticou a postura do governo, que parece priorizar questões políticas em detrimento da qualidade do ensino, afirmando que ações devem ser tomadas para assegurar que as crianças não fiquem sem o acompanhamento de um educador qualificado.
Outro vereador, Fidel Faria, também se manifestou sobre a situação, informando que o programa POT, ao qual os contratados pertencem, não está cumprindo sua função educativa. Ele quando abordou a questão destacou que o programa se tornou um instrumento de troca política, utilizado por alguns vereadores para garantir seus próprios interesses, em vez de atender as necessidades das crianças e do interesse público. Faria observou que o número de contratados saltou de 700 para mais de 3 mil, o que torna a situação ainda mais preocupante em relação à qualidade da educação.
Por sua vez, o vereador Teco Despachante destacou a importância da continuidade no processo educativo, reforçando que as crianças não podem ser privadas de professores. Ele criticou o uso político do programa POT e enfatizou que os contratados devem ser empregados de maneira apropriada, garantindo que não substituam docentes sem a formação adequada. O vereador pediu rapidez na solução do problema, pois a falta de continuidade no ensino pode prejudicar seriamente o desenvolvimento educacional dos alunos.
André do Gás também se manifestou, apoiando o voto de repúdio ao governo municipal e ao prefeito, afirmando que a população já expressou seu descontentamento com a gestão atual. Ele criticou a qualidade da merenda servida nas escolas, afirmando que as crianças recebem refeições inadequadas, que não atendem às suas necessidades nutricionais. O vereador defendeu que o repúdio deveria ocorrer mais frequentemente e que a responsabilidade pelos problemas educacionais não deve ser atribuída apenas a indivíduos, mas sim à gestão como um todo.
Em um contexto separado, a situação do professor Leonardo de Oliveira, conhecido como Léo Milésimo, veio à tona. Afetado por uma penalidade de 90 dias de suspensão, resultante de um processo administrativo, Léo, que foi crítico do governo municipal, argumentou que sua punição foi injusta e arbitrária. Ele expressou sua indignação com os fatos que resultaram em sua suspensão, afirmando que não possui histórico negativo em seus 22 anos de carreira como professor. A ex-presidente do SindPMT, Andrea Pacheco, também se manifestou sobre a punição, descrevendo-a como um exemplo de perseguição política e um aviso para outros servidores que possam se manifestar contra as irregularidades na administração atual.
Diante disso, um abaixo-assinado foi criado em apoio ao professor Leonardo, pedindo a intervenção do Ministério Público para reverter a decisão tomada pela prefeitura. A petição destaca a injustiça da punição e clama por uma investigação sobre a conduta do governo, solicitando a reintegração do docente, uma vez que não há registro que desabone sua trajetória profissional. O abaixo-assinado recebeu apoio significativo da comunidade escolar, refletindo a insatisfação generalizada em relação à gestão atual e a preocupação com a educação das crianças na Escola Municipal Antônio Santiago. A situação evidencia a fragilidade do sistema educacional local e a urgência de soluções efetivas para garantir um ensino de qualidade.