Vigília em Brasília
Na noite desta segunda-feira (28), um grupo de manifestantes se reuniu em Brasília para protestar em favor da absolvição dos condenados pelos eventos de 8 de janeiro. Com cartazes em mãos, aproximadamente dez pessoas clamaram por anistia para aqueles que foram responsabilizados por participação ou financiamento dos tumultos que resultaram na destruição das sedes dos Três Poderes na capital federal.
Os organizadores realizaram uma vigília em apoio aos presos, que começou por volta das 21h. Durante o ato, foram mencionados os nomes de 150 pessoas em orações. “São 150 pais e mães de família, avôs e avós, filhos, netos… pessoas que foram presas e condenadas por crimes que não cometeram”, afirmou a advogada Tanieli Telles, que representa os detidos.
Esta é a primeira vigília organizada pelo grupo, que anteriormente se reuniu em frente ao hospital DF Star durante a última cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida em abril. “Até que o último preso saia da prisão, não iremos parar de orar e lutar por anistia”, declarou Telles.
Segundo a advogada, o evento desta segunda-feira possui um caráter espiritual, afastado de conotações políticas. “Convidamos as famílias que nos apoiaram desde o início”, destacou. “Aqueles que desejam orar e buscar a Deus, esse é nosso objetivo. Nossa motivação é pela paz”, acrescentou.
Célia Santos, de 64 anos, irmã de Adalgiza Maria Dourado — uma das presas do 8 de janeiro que foi à Organização dos Estados Americanos (OEA) alegando violação de direitos humanos no Presídio Feminino do Distrito Federal (PFDF), denominado Colmeia — também esteve presente. “Juntos somos mais fortes e, com Jesus, somos invencíveis”, afirmou Célia.
A missionária Ilda dos Santos, de 84 anos, também participou da vigília e expressou sua fé: “Estamos nesse propósito, e Deus tem nos visitado com muita força; sentimos a presença de Deus”, disse.
Demandas por Anistia no Congresso
A manifestação desta segunda-feira buscou pressionar o Congresso Nacional a realizar a votação imediata do projeto de anistia, atualmente em trâmite sob a presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O Congresso entrou em recesso no dia 18 de julho, sem que houvesse avanço no Projeto de Lei (PL) relacionado à anistia.
O PL, elaborado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta avançar desde meados de 2024, mas enfrenta desafios significativos, como a falta de apoio, a ausência de vontade política e outras questões, como a recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas exorbitantes de 50% sobre importações brasileiras, complicando ainda mais a situação.