Nesta quinta-feira, 10 de outubro, um repórter da CNN se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após ser surpreendido por uma placa carregada pelos ventos do furacão milton. Anderson Cooper estava realizando uma transmissão ao vivo à margem do rio Manatee, em Bradenton, quando o material voador o pegou de surpresa. Com ventos e chuvas intensas decorrentes desse fenômeno natural, que afetou a flórida na noite anterior, pelo menos nove vidas foram perdidas.
No momento em que a tempestade, classificada como um furacão de categoria 3, atingiu a região, Anderson Cooper não conseguia conter o susto e descreveu o episódio em tempo real: “Esse objeto veio do rio, e ainda bem que é apenas isopor. Vou deixá-lo aqui atrás de uma árvore. O que estamos presenciando é a força da tempestade arremessando materiais que estavam no rio”, comentou o jornalista. Em um momento seguinte, Cooper ainda relatou sobre as condições adversas em que se encontrava: “É difícil escutar o que a Randy está dizendo. Vamos nos afastar um pouco da área, pois está bastante perigoso. A água já passou da altura dos meus joelhos”, explicou, evidenciando o nível de risco à segurança.
O furacão milton causou estragos significativos em seu trajeto pela flórida. Os ventos violentos e as chuvas torrenciais resultaram em uma devastação generalizada, especialmente nas cidades que foram diretamente atingidas. Conforme informações, foram registradas pelo menos nove fatalidades devido aos efeitos devastadores da tempestade. Após a passagem pela cidade de Tampa, a tempestade avançou para o sul, chegando à costa de Siesta Key, cerca de 112 quilômetros ao sul de Tampa, mantendo sua potência como uma tempestade de categoria 3.
No Condado de St. Lucie, o número de mortos contabilizados é de quatro pessoas, enquanto a polícia de São Petersburgo confirmou o falecimento de duas, além de mais três vítimas reconhecidas pelo xerife do Condado de Volusia, Michael J. Chitwood. As causas das mortes incluem uma pessoa em São Petersburgo que no entanto faleceu por questões médicas, além de um corpo encontrado em um parque local. Na mesma cidade, mais de 41 mm de chuva foram registrados, ativando alarmes sobre possíveis inundações repentinas emitidos pelo National Weather Service em várias áreas da flórida. Na região do Condado de Volusia, uma morte foi causada pelo impacto de uma árvore caída.
Nesta manhã de 10 de outubro, as autoridades continuaram a alertar a população quanto aos perigos que ainda persistem, visto que a tempestade continua a atingir partes significativas do estado. Os condados mais afetados, como Hillsborough, Pinellas, Sarasota e Lee, recomendaram que as pessoas permanecessem em casa, enfatizando os riscos relacionados a linhas de energia derrubadas, árvores obstruindo estradas, pontes interditadas e inundações.
O xerife Chad Chronister, do Condado de Hillsborough, reiterou em suas redes sociais a necessidade de cautela. “Manteremos vocês informados sobre quando será seguro sair”, publicou ele no Facebook. A passagem do furacão milton deixou uma vasta área da flórida sem eletricidade, com mais de 3,2 milhões de residências e negócios afetados, conforme dados da plataforma de monitoramento poweroutage.us.
O impacto do furacão não se limitou aos danos estruturais. De acordo com Kevin Guthrie, diretor da Divisão de Gerenciamento de Emergências da flórida, em entrevista, aproximadamente 125 casas foram completamente destruidas antes da tempestade alcançar a costa, com muitas dessas estruturas sendo residências móveis localizadas em comunidades para idosos. Ao amanhecer de quinta-feira, o furacão milton havia sido reclassificado como uma tempestade de categoria 1, apresentando ventos máximos de cerca de 135 km/h e continuava seu curso em direção à costa perto de Cabo Canaveral.
Além dos danos materiais, o furacão milton também atingiu uma região que já estava se recuperando de outro desastre natural anterior, o furacão Helene, que, além da devastação, havia causado pelo menos 230 mortes no sul do estado. A combinação de tempestades e a vulnerabilidade da infraestrutura local têm gerado uma preocupação crescente entre as autoridades de emergência e a população da flórida.