O ministro do Interior e Justiça da venezuela, Diosdado Cabello, anunciou neste sábado (14) a prisão de indivíduos que estariam planejando um atentado com granadas contra a embaixada da argentina em Caracas, que atualmente é protegida pelo brasil. Essa embaixada abriga seis opositores do regime venezuelano que buscam refúgio. Durante uma coletiva de imprensa, Cabello revelou que, recentemente, alguns suspeitos foram detidos em um trabalho de inteligência, que indicou que esses indivíduos discutiam estratégias para atacar a representação diplomática argentina com explosivos. Ele também enfatizou a apreensão de armamentos de alto calibre, alegando que esses artefatos estavam destinados a ações violentas em território venezuelano.
O ministro sugeriu que o plano de ataque à embaixada argentina tinha como alvo criar um cenário para incriminar o governo de Nicolás maduro. “Se a embaixada argentina, onde se encontram alguns membros da oposição, fosse atacada, a culpa recairia automaticamente sobre o governo da venezuela“, destacou Cabello, indicando a manipulação política envolvida na situação. Atualmente, seis opositores políticos, incluindo ex-membros do parlamento, estão sob asilo na embaixada argentina desde março, após a emissão de ordens de prisão por parte do Ministério Público. Isso também se aplica a Edmundo González, ex-candidato à presidência.
Cabello referiu-se a esses asilados como “terroristas delinquentes da oposição“, alegando que estão na embaixada argentinos “na qualidade de refugiados”. Durante sua declaração, o ministro venezuelano apresentou imagens de três homens que foram detidos sob acusações de planejar o ataque. A embaixada argentina, desde o início de agosto, é apoiada pelo brasil, que assumiu a responsabilidade pela guarda após a expulsão do corpo diplomático do governo argentino, liderado por Javier Milei, em razão de contestações sobre as eleições presidenciais de 28 de julho. A oposição afirma ter conquistado 67% dos votos, enquanto o regime de maduro anunciou uma vitória com mais de 51%.
Uma semana antes do anúncio de Cabello, houve relatos de que forças de segurança cercaram a sede diplomática, além de cortes de energia que afetaram os refugiados. Paralelamente, autoridades venezuelanas haviam notificado informalmente representantes do governo brasileiro sobre a suspensão da licença para que os brasileiros continuassem a custodiar a embaixada argentina. Em resposta a essa situação delicada, o brasil solicitou que um novo país fosse designado para a representação da argentina na venezuela, ressaltando que essa responsabilidade somente seria transferida após a oficialização do novo arranjo.
Além disso, o governo chavista afirmou ter obtido “provas” que indicariam que a embaixada argentina estaria sendo usada para planejar “atividades terroristas” e tentativas de assassinato contra maduro e a vice-presidente Delcy Rodríguez, envolvendo diretamente os asilados. Relatos de fontes internas à CNN revelaram que, durante um dia, agentes do governo venezuelano barraram a entrega de alimentos para os opositores na embaixada, permitindo apenas a entrada de água. Este impasse foi superado somente após a intervenção de representantes do governo brasileiro, que negociaram a distribuição de mantimentos.
Cabello aproveitou essa coletiva não apenas para abordar o suposto ataque à embaixada, mas também para informar sobre a apreensão recente de mais de 400 fuzis e outras armas de alto calibre que teriam sido contrabandeadas dos Estados Unidos para a venezuela. Essas armas estavam disfarçadas em contêineres de ração para cães, com a intenção de serem utilizadas em potenciais atentados terroristas por elementos opositores. Tal declaração levanta questões sobre a segurança e a dinâmica política na venezuela, levando à necessidade de uma atenção internacional mais apurada sobre eventos em andamento na região. A situação continua em evolução, com o governo venezuelano reforçando sua retórica contra opositores enquanto os asilos e as dinâmicas diplomáticas permanecem em jogo.