Investigação Sobre o Vazamento da autópsia

A família de Juliana Marins, a publicitária que faleceu após uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, recorreu à Polícia Federal (PF) para solicitar uma investigação sobre o vazamento do laudo da nova autópsia. Este documento, que estava sob sigilo, confirmou que a causa da morte foi politrauma por queda, alinhando-se ao primeiro exame realizado no país asiático.

Os familiares de Juliana manifestaram sua surpresa ao ver as informações do laudo sendo veiculadas na imprensa. Eles ainda não haviam recebido o documento pericial elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, conforme revelou uma entrevista dada à TV Brasil no último dia 9.

A autópsia, cuja responsabilidade recai sobre a Polícia Civil fluminense, foi realizada em 2 de julho e deveria manter sigilo. A análise contou com a participação de dois peritos legistas da Polícia Civil, um perito da Polícia Federal e um assistente técnico indicado pela família.

A intenção inicial dos familiares era de receber o laudo e divulgá-lo em uma coletiva de imprensa agendada para a próxima sexta-feira, 11, com a presença do perito contratado para a autópsia e da Defensoria Pública da União (DPU).

Novas Revelações Sobre a Morte de Juliana

Os familiares também requisitaram um novo exame no Brasil após questionarem as conclusões do laudo indonésio. O documento obtido na Indonésia indica que Juliana sofreu trauma contundente que resultou em hemorragia, levando à morte.

Em contraste, a autópsia realizada pelo IML do Rio de Janeiro confirmou que Juliana sucumbiu a politrauma em decorrência de uma queda em grande altitude na trilha do Monte Rinjani. O laudo, que foi obtido pela TV Globo, foi produzido após uma nova necropsia no Brasil.

Cronologia dos Eventos

Mas quando exatamente a jovem faleceu? A nova autópsia, realizada por legistas brasileiros, não conseguiu determinar a data exata do óbito em razão das condições do corpo ao chegar ao Brasil. Entretanto, o relatório enfatiza que Juliana teria falecido entre 1h15 do dia 23 de junho e 1h15 do dia 24.

O acidente ocorreu na manhã do dia 21, mas o corpo de Juliana só foi encontrado na noite do dia 24, sugerindo que ela pode ter sobrevivido por dois a três dias após a queda na trilha.

Causa da Morte e Detalhes da autópsia

O laudo brasileiro finalizou que a causa da morte foi uma queda em grande altura na trilha. O documento descreve que a causa imediata do óbito foi uma hemorragia interna causada por lesões em órgãos vitais resultantes de um impacto considerado de alta intensidade.

Os peritos observaram que os ferimentos afetaram várias partes do corpo, incluindo crânio, tórax, pelve, abdômen e membros, sugerindo que o impacto foi violento. A estimativa é de que Juliana tenha sobrevivido entre 10 e 15 minutos após a queda, sem capacidade para se locomover.

Aspectos Psicológicos Antes da Morte

O laudo também aponta que Juliana passou por um estado ‘agonal’, que se refere ao sofrimento físico e psicológico nos momentos finais que antecedem a morte. Esse estado é caracterizado por alterações fisiológicas e sinais clínicos, como alteração na frequência cardíaca.

Questões Sobre Resgate e Possíveis Violências

Com relação ao resgate, o laudo não conseguiu determinar se o tempo prolongado de espera contribuiu para o falecimento. Os peritos mencionaram a necessidade de mais informações sobre os eventos traumáticos que ocorreram após a queda para uma conclusão mais precisa.

Além disso, não foram encontrados sinais de agressão ou violência sexual no corpo de Juliana. As escoriações encontradas foram consistentes com o movimento pós-impacto, compatíveis com o terreno acidentado da trilha. O exame também não revelou indícios de desnutrição ou consumo de substâncias ilícitas.

Conclusões Sobre a Dinâmica da Queda

A perícia brasileira enfrentou limitações, pois não teve acesso ao local exato onde o corpo foi encontrado, dificultando uma reconstituição precisa da queda. No entanto, os laudos brasileiro e indonésio convergem na conclusão de que a morte de Juliana foi causada por politrauma devido a uma queda em grande altura. As evidências corroboram a hipótese de um impacto de alta energia, embora o momento exato da queda ainda seja incerto devido à falta de dados.

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