Críticas ao senador Romário se intensificam durante ato na Avenida Paulista
No último domingo (7 de setembro), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu uma onda de críticas direcionadas ao senador Romário (PL-RJ) durante uma manifestação na Avenida Paulista. Romário, que é o único senador do PL que não se manifestou sobre o impeachment de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem enfrentado descontentamento de parte dos seguidores bolsonaristas. Ao ouvir gritos de “Fora Romário” oriundos da multidão, Valdemar comentou: “Eu estou vendo que o Romário está com um prestígio danado aqui em São Paulo, mas eu vou cuidar disso quando chegar em Brasília, tá bem?”. Essa resposta revela a preocupação do presidente do PL com a situação do senador no cenário político atual.
Este ato representa o quarto evento bolsonarista do ano na Avenida Paulista e, curiosamente, o segundo que ocorre sem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em junho, a ausência de Bolsonaro foi marcada pela falta de apoio de Tarcísio de Freitas, que não compareceu à manifestação. Agora, o governador de São Paulo ganha destaque, especialmente após promessas de indulto a Bolsonaro, caso seja eleito presidente, além de movimentações nos bastidores visando a anistia dos envolvidos na tentativa de golpe, atualmente sob análise do STF.
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A presença de líderes políticos no ato
O evento, que teve a organização do pastor Silas Malafaia, contará com a participação de figuras proeminentes, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Tarcísio, por sua vez, ficou encarregado de convidar outros governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. No entanto, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, optou por não comparecer à manifestação.
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A ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro em junho se deu devido a medidas cautelares que lhe foram impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Mesmo assim, ele conseguiu participar indiretamente dos atos, comunicando-se por meio de uma chamada telefônica, situação que resultou em sua prisão domiciliar. Já Tarcísio, por outro lado, estava internado no Hospital Albert Einstein, na zona oeste de São Paulo, para um procedimento relacionado à tireoide, e sua falta na manifestação foi criticada por figuras influentes do núcleo bolsonarista, incluindo Malafaia.
Articulações políticas em torno da anistia
Nos últimos dias, o governador Tarcísio tem se consolidado em seu papel de articulador, especialmente em relação ao projeto de anistia para Jair Bolsonaro. Ele tem se reunido com deputados e líderes partidários, além de realizar viagens a Brasília para avançar na mobilização desse projeto. Os esforços de Tarcísio parecem ter suavizado algumas das tensões com o bolsonarismo. Inclusive, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e conhecido desafeto do governador, chegou a publicamente apoiar as ações de Tarcísio, apesar de suas críticas anteriores, o que demonstra uma mudança notável na dinâmica de suas relações.
Assim, o panorama político no estado de São Paulo, especialmente em relação a Bolsonaro e suas alianças, permanece em constante evolução, com os eventos da Avenida Paulista refletindo essa tensão entre os apoiadores e as figuras políticas do PL. A pressão sobre Romário e as articulações de Valdemar Costa Neto são um indicativo de que a situação política no Brasil continua a ser desafiadora e repleta de nuances. O que acontecerá a seguir, especialmente em relação ao senador e as promessas de Tarcísio, ainda está por ser definido. Resta saber como essas movimentações moldarão o futuro do PL e as relações dentro do bolsonarismo.