Vacinação Contra o VSR: Um Avanço Crucial na Saúde Infantil
O Ministério da Saúde do Brasil revelou, na última quarta-feira, uma importante parceria com a farmacêutica Pfizer que facilitará a transferência de tecnologia para a produção local da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). Essa vacina é essencial, já que o VSR é uma das principais causas de infecções respiratórias graves em crianças, especialmente em bebês, e pode levar a complicações como a bronquiolite.
A previsão é que as primeiras 1,8 milhões de doses da vacina sejam entregues até o final deste ano. Em fevereiro, o ministério já havia confirmado a inclusão desse imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS). Com este acordo, a vacinação na rede pública para gestantes e recém-nascidos está programada para começar na segunda quinzena de novembro.
As gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez, receberão uma dose única da vacina. A estratégia de vacinação materna é crucial, pois ajuda na transferência de anticorpos para os bebês, oferecendo uma camada adicional de proteção durante os primeiros meses de vida, que é o período mais crítico em relação ao risco do VSR.
Conforme informações do ministério, o vírus sincicial respiratório é responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças com menos de 2 anos. Dos pequenos afetados, 20% requerem atenção ambulatorial, e, em média, uma em cada 50 crianças é hospitalizada no seu primeiro ano de vida. O risco de complicações é consideravelmente maior entre os bebês prematuros, que têm uma taxa de mortalidade sete vezes superior à de crianças nascidas a termo, representando cerca de 12% dos nascimentos no Brasil.
O ministério destacou que a vacina tem o potencial de evitar cerca de 28 mil internações anuais, proporcionando proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiando aproximadamente 2 milhões de bebês a cada ano. Essa iniciativa representa um avanço significativo na luta contra infecções respiratórias infantis no Brasil.
Desenvolvimento de Tratamento para Esclerose Múltipla
Além da vacina contra o VSR, o Brasil também dará um passo importante na produção de medicamentos para tratar a esclerose múltipla. O natalizumabe, um medicamento biológico desenvolvido para a forma remitente-recorrente da doença, será produzido mediante uma parceria com a farmacêutica Sandoz e o Instituto Butantan.
O Ministério da Saúde enfatizou que a vulnerabilidade do Brasil na obtenção de insumos durante a pandemia de Covid-19 e a recente imposição de tarifas elevadas sobre as exportações reforçam a necessidade de garantir a soberania do SUS. Isso assegura que a população tenha acesso contínuo a medicamentos e tratamentos essenciais.
O natalizumabe é direcionado a pacientes que não responderam adequadamente a outros tratamentos e que representam cerca de 85% dos casos de esclerose múltipla. Embora o medicamento esteja disponível no SUS desde 2020, atualmente existe apenas um único fabricante autorizado a produzi-lo no País.
A esclerose múltipla é uma condição autoimune grave que afeta principalmente adultos jovens, com idades entre 18 e 55 anos. Ela se caracteriza pela deterioração da bainha de mielina, comprometendo a condução de impulsos elétricos necessários para as funções corporais essenciais. Com a nova produção local de natalizumabe, espera-se que mais pacientes possam ter acesso a essa terapia vital.