Confusão Geográfica em Encontro com Putin
Durante uma coletiva de imprensa, o ex-presidente Donald Trump fez uma declaração surpreendente ao afirmar que se encontraria com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca na próxima sexta-feira (15/8). “Vou ver Putin. Vou para a Rússia na sexta-feira”, disse Trump aos repórteres. Contudo, é importante lembrar que o Alasca foi adquirido pelos Estados Unidos da Rússia em 1867, por um montante de US$ 7,2 milhões, e, portanto, não faz parte da Rússia há mais de um século e meio.
Na última semana, Trump havia intensificado a expectativa sobre esse encontro, que ocorre em um contexto delicado de negociações para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, sendo notável a ausência do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em resposta, Zelensky expressou sua preocupação em relação à reunião através de sua conta oficial na rede social X, destacando que a guerra que afeta seu país não pode ser resolvida sem a participação da Ucrânia. “O presidente Trump anunciou os preparativos para seu encontro com Putin no Alasca. Muito longe desta guerra, que assola nossa terra…”, escreveu o líder ucraniano.
Trump Ameaça Putin em Relação à Guerra na Ucrânia
Em 29 de julho, Trump havia feito uma declaração contundente, ameaçando Putin com a imposição de tarifas sobre produtos russos caso ele não estabelecesse um cessar-fogo dentro de um prazo de dez dias. Essa abordagem direta reflete a intensa dinâmica política e a urgência envolvendo as relações entre Estados Unidos e Rússia.
Estado de Emergência em Washington D.C.
A gafe de Trump não foi o único destaque do dia. Na mesma coletiva, ele também anunciou a declaração de um estado de emergência de segurança pública em Washington D.C., juntamente com a federalização da polícia local. Segundo o presidente, essa medida foi considerada necessária para restaurar a ordem na capital dos Estados Unidos, um dia após ele ter solicitado a remoção imediata de moradores de rua da região.
“Estou invocando oficialmente a seção 740 da Lei de Autonomia do Distrito de Columbia e colocando o Departamento de Polícia Metropolitana de D.C. sob controle federal direto”, afirmou Trump durante a coletiva. O governo planeja enviar 800 membros da Guarda Nacional para a capital na próxima semana, com o objetivo de realizar operações contra gangues e traficantes de drogas.
Comparações Controversas com Brasília
Na comparação de Trump sobre a taxa de criminalidade em Washington D.C., o ex-presidente mencionou Brasília e outras cidades do mundo, como Bagdá e Cidade do Panamá. Ele ressaltou que a capital dos EUA apresenta índices de criminalidade superiores aos desses locais, apresentando gráficos que, segundo ele, demonstram essa realidade.
No entanto, dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) indicam que Brasília registrou 207 homicídios em 2024, resultando em uma taxa de homicídios em torno de 6,9 por 100 mil habitantes. Em contrapartida, Washington D.C. teve cerca de 180 homicídios no mesmo ano, com uma taxa alarmante de aproximadamente 27 por 100 mil habitantes, considerando sua população estimada em 670 mil.
A discrepância entre os números apresentados por Trump e as estatísticas oficiais levanta questões sobre a precisão das comparações feitas pelo ex-presidente. Enquanto Trump utiliza esses dados para reforçar sua narrativa, analistas de segurança pública ressaltam a importância de contextualizar as informações.