O riacho fundo, situado no Distrito Federal, foi oficialmente reconhecido como uma região administrativa em 1993 e, desde então, tem experimentado um crescimento populacional significativo. Atualmente, a localidade abriga cerca de 45 mil residentes. No entanto, a evolução da infraestrutura de esgotamento sanitário não acompanhou esse aumento populacional, gerando desafios consideráveis para a comunidade. Para enfrentar essa situação crítica, o Governo do Distrito Federal (GDF) deu início, neste mês, aos trabalhos de reforma do sistema de esgoto, com o objetivo de atender a uma demanda que perdura há anos.
As obras em andamento envolvem a substituição da tubulação existente por canos de diâmetro maior, visando aprimorar a capacidade do sistema de esgoto. As áreas que receberão os serviços são a QN 7 e a região central do riacho fundo. Em colaboração com a Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), o administrador regional, Anderson Junio, realizou um diagnóstico para identificar os pontos críticos de maior vazão de esgoto. Segundo ele, “a região concentra a maioria dos comércios e prédios; contudo, a rede de esgoto atual é insuficiente para atender a toda essa população”. O projeto contempla a instalação de mais de 300 metros de tubulação, o que beneficiará aproximadamente 400 famílias diretamente afetadas pela falta de saneamento adequado.
Os recursos destinados à execução desta obra provêm de emendas parlamentares do deputado distrital Hermeto, que foi solicitado por moradores preocupados com os problemas de esgoto na região. Hermeto relatou ter buscado apoio imediato do presidente da Caesb, Luís Antônio Reis, que demonstrou prontidão em conversar sobre as demandas apresentadas e as dificuldades enfrentadas pela população. O deputado compartilhou que já possuía recursos alocados na Secretaria de Obras e na Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) e propôs que esses valores fossem direcionados para a Caesb, com o intuito de solucionar o problema de saneamento. Ele expressou a gravidade da situação, afirmando: “Imagina conviver diariamente em sua casa com um mau cheiro insuportável e as consequências disso? Ninguém suportava mais”.
A manifestação da comunidade reforçou a urgência desse projeto, sendo a questão do esgotamento sanitário a principal reivindicação dos moradores do riacho fundo. Anderson Junio ressaltou a importância do trabalho: “Quando ocorre um vazamento na parte superior da rede, o esgoto não se contém, ele invade as casas, causando grandes transtornos. A população está profundamente agradecida pelo início dos serviços”.
A recepção dos habitantes em relação ao início das obras é predominantemente positiva. O aposentado Massamitsu Oda, residente do conjunto 19 da QN 7, compartilhou suas preocupações: “A QN 7 estava constantemente enfrentando problemas de vazamento em várias áreas, onde o esgoto escorria e se espalhava por ruas e conjuntos. Era insuportável para todos nós”. Ele acredita que a situação vai melhorar substancialmente com as novas intervenções.
Edmar Salazar, proprietário de um mercado na região, também expressou seu otimismo em relação às reformas: “Para nós, comerciantes, que somos impactados diretamente, a situação era crítica. Os clientes frequentemente se deparavam com esgoto jorrando nas ruas. Isso tornava impossível manter um ambiente limpo para o atendimento. Agora, com a execução dessas melhorias, estou confiante de que a qualidade do nosso dia a dia irá aumentar consideravelmente”.
Essas obras de saneamento no riacho fundo não apenas visam a solução de um problema histórico, mas também refletem um compromisso do GDF com a qualidade de vida dos cidadãos, apresentando um exemplo claro da importância do investimento em infraestrutura para promover saúde e bem-estar na comunidade. À medida que as obras avançam, os moradores aguardam ansiosamente a conclusão dos trabalhos, que promete transformar a realidade local e oferecer um riacho fundo mais saudável e digno para todos.