O Monte Rinjani, um dos destinos mais impressionantes da Indonésia, é conhecido tanto por sua beleza natural exuberante quanto pelos riscos que apresenta aos aventureiros que se aventuram em suas trilhas. Com uma altitude de 3.726 metros, este vulcão não é apenas o segundo mais alto do país, mas também faz parte do famoso Círculo de Fogo do Pacífico, atraindo turistas em busca de experiências memoráveis. Contudo, é importante ressaltar que, desde 2022, o Monte Rinjani foi palco de pelo menos duas fatalidades, o que levanta questões sobre a segurança das atividades turísticas na região.
Localizado na ilha de Lombok, o Parque Nacional Monte Rinjani abrange uma área equivalente a cerca de 41 mil campos de futebol, oferecendo paisagens impressionantes e um ecossistema diversificado. Entretanto, as trilhas que cercam o vulcão são conhecidas por suas dificuldades extremas, exigindo dos visitantes um alto nível de preparo físico e atenção. Embora o parque classifique o Rinjani como “muito escalável para aqueles com boa condição física”, a verdade é que os riscos de acidentes são elevados, mesmo em excursões guiadas.
As autoridades do parque emitiram um alerta sobre a qualificação dos guias que conduzem as expedições. Apesar de serem certificados, os padrões de treinamento e certificação não são tão rigorosos quanto em muitos outros países, o que aumenta as chances de incidentes graves, incluindo mortes. De acordo com as informações disponíveis, visitantes que não respeitam as diretrizes de segurança e preparação adequadas correm sérios riscos. Isso destaca a importância de respeitar a montanha e de estar ciente dos perigos que ela representa.
Dentre os casos mais recentes, destaca-se a tragédia envolvendo um turista malaio de 57 anos, que sofreu um acidente fatal em maio deste ano. Ele escorregou em uma parte íngreme da trilha enquanto tentava descer sozinho, ignorando os conselhos do guia e a oferta de equipamentos de segurança. Outro caso marcante ocorreu em 2022, quando um homem israelense-português de 37 anos faleceu após uma queda de aproximadamente 150 metros, enquanto se aproximava do cume do vulcão. Esses incidentes ressaltam a necessidade de uma abordagem mais cautelosa por parte dos turistas, que geralmente assinam um termo de responsabilidade ao iniciar suas trilhas.
Embora o preço de entrada no parque seja relativamente acessível, a partir de 150 mil rúpias indonésias (cerca de R$ 50), os pacotes de excursões variam bastante, podendo custar entre 175 e 430 dólares por pessoa. Muitas vezes, esses pacotes são apresentados com imagens de turistas de diferentes idades, o que pode dar a impressão de que o desafio é acessível a todos, independentemente da experiência prévia em montanhismo.
As trilhas do Monte Rinjani são conhecidas por serem desafiadoras, especialmente os últimos mil metros antes de alcançar o cume. É comum que muitos turistas interrompam a subida ao chegarem na borda da cratera, a cerca de 2.700 metros de altitude, devido ao cansaço. Juliana Marins, uma turista brasileira que sofreu um acidente trágico, expressou sua fadiga ao guia antes de sua queda. Seus relatos revelam que muitas pessoas que tentam escalar o vulcão não são especialistas em atividades de montanha; na verdade, a maioria busca apenas vivenciar a beleza do local.
A jornada até a borda da cratera normalmente exige um esforço de dois dias e uma noite, enquanto a subida ao cume pode levar de três a quatro dias. A experiência é intensificada pelas condições climáticas, que podem incluir temperaturas baixas e ventos fortes, recomendando-se o uso de roupas adequadas para garantir a segurança e o conforto dos visitantes.
Além dos desafios físicos e climáticos, o Monte Rinjani é um vulcão ativo, com sua primeira erupção registrada em 1847. Desde então, a montanha passou por períodos de atividade que podem durar meses, com erupções significativas que chegaram a forçar o fechamento das trilhas. Portanto, para aqueles que desejam explorar o Monte Rinjani, é essencial estar ciente dos riscos e se preparar adequadamente para essa aventura desafiadora. O respeito pela natureza, a escolha de guias qualificados e a adesão às recomendações de segurança são fundamentais para garantir uma experiência segura e inesquecível nas trilhas do segundo maior vulcão da Indonésia.