Na última segunda-feira (16), a Guarda Costeira dos Estados Unidos revelou a primeira imagem do submersível Titan, que repousa no fundo do Oceano Atlântico Norte após uma implosão trágica ocorrida no ano passado. Essa divulgação ocorreu no contexto de uma audiência investigativa sobre o incidente, onde detalhes sobre as circunstâncias que levaram à morte das cinco pessoas a bordo foram discutidos. O evento marcante de junho passado, quando o submersível tentava alcançar o local do naufrágio do Titanic, gerou uma intensa comoção global, despertando o interesse de pessoas de todo o mundo em entender o que ocorreu durante aquela arriscada missão.
Na imagem compartilhada, é possível observar o cone de cauda quebrado do Titan, situado em meio ao fundo azul turvo do oceano. Este cone distintivo se separou do resto da estrutura do submersível, mostrando bordas irregulares que sugerem a força da implosão. Mais próximo, um fragmento rasgado da embarcação também é visível, aumentando a sensação de tragédia e fragilidade na imagem. Ambientado a centenas de metros do local de afundamento do famoso navio, os destroços foram descobertos após uma busca intensa que durou dias, conforme detalhado pelos investigadores durante a audiência realizada em North Charleston, Carolina do Sul. Esta audiência, que se prolongará até o dia 27 de setembro, busca esclarecer os eventos que culminaram em uma das tragédias mais comentadas do ano passado.
Um dos pontos que mais chamou a atenção durante a apresentação inicial do Marine Board of Investigation foi a confirmação de que o cone de cauda, junto a outros fragmentos do submersível, foi localizado por um veículo operado remotamente em 22 de junho. Essas descobertas forneceram “evidências conclusivas” sobre a natureza catastrófica do acidente, caracterizado por uma implosão – um colapso súbito causado pela pressão intensa das profundezas oceânicas. A tragédia resultou na perda de vidas notáveis, incluindo Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, a empresa responsável pela operação do Titan; o empresário Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman Dawood; o aventureiro Hamish Harding; e o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet.
De acordo com o Conselho Marítimo de Investigação, os restos mortais recuperados foram comparados e identificados por meio de rigorosos testes de DNA, o que permitiu confirmar a identidade dos cinco indivíduos que estavam a bordo do submersível durante a fatídica viagem. Em um encontro que foi marcado por grande emoção, o conselho iniciou a convocação de testemunhas que podem fornecer informações essenciais para entender a sequência de eventos que levaram à perda da embarcação e das vidas de seus ocupantes. Ex-funcionários da OceanGate foram chamados a depor, e a audiência também incluiu a divulgação da mensagem final enviada pelo Titan, poucos segundos antes de perder comunicação com sua nave-mãe.
A última comunicação do submersível, que mencionava “Dropped two wts”, indicava que a equipe estava tentando liberar pesos para emergir à superfície. Apenas alguns instantes depois, a embarcação foi “pingada” pela última vez, resultando em uma desconexão total que alarmou as equipes na superfície. Seguiram-se dias de uma missão internacional de busca e resgate em uma vasta área do oceano, a centenas de quilômetros ao sudeste de Newfoundland, no Canadá.
A audiência em andamento se propõe a investigar diversos aspectos relacionados ao acidente, incluindo eventos anteriores ao acidente, conformidade com normas regulatórias, as qualificações da tripulação, e sistemas mecânicos e estruturais do submersível. Além disso, a audiência está examinando as respostas de emergência e a situação da indústria de submersíveis de forma mais ampla. O presidente do conselho, Jason Neubauer, declarou que o principal objetivo da investigação é descobrir todos os fatos sobre o incidente, mas também enfatizou a necessidade de identificar qualquer “má conduta ou negligência” por parte de operadores certificados. Caso evidências de comportamento criminoso sejam encontradas, o conselho considerará enviar recomendações ao Departamento de Justiça, enfatizando a importância de garantir que tragédias como essa não se repitam no futuro.