Neste mês, celebramos os 30 anos da introdução do Tifton 85 no brasil, uma gramínea que se tornou fundamental para a pecuária nacional. Desenvolvido pelo pesquisador Glenn Burton na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, o Tifton 85 se destacou por seu altíssimo teor de proteína, que chega a 22%, e pela incrível capacidade de produzir até 25 toneladas de matéria seca por hectare anualmente. Essas características têm potencializado significativamente a capacidade de suporte das propriedades rurais em diversas regiões do país. Continue acompanhando para entender melhor sua trajetória e impacto.
Ricardo Mickenhagen, engenheiro agrônomo com ampla experiência, é um dos principais responsáveis pela difusão do Tifton 85 no brasil. Ele comenta sobre a introdução inicial da gramínea no país, que ocorreu através de mudas trazidas por Paul Rayman, um americano que residia em Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul. Essa iniciativa marca o início de uma verdadeira transformação no cultivo e na produção de forragem no brasil.
De acordo com Mickenhagen, Paul Rayman trouxe algumas mudas pioneiras com o objetivo de testar seu cultivo em combinação com a leguminosa Leucena. No entanto, para assegurar a correta identificação da variedade, ele se viu obrigado a viajar aos Estados Unidos em 1994, onde obteve informações detalhadas sobre as características do Tifton 85. Essas mudas demonstraram uma notável adaptabilidade e, atualmente, a gramínea está presente em praticamente todas as regiões do brasil, do sul no Rio Grande do Sul até o norte em Roraima, sendo uma verdadeira unanimidade entre os pecuaristas.
Entre as razões que explicam o sucesso estrondoso do Tifton 85 está o seu vigor híbrido, que resulta do cruzamento de diferentes espécies do gênero Cynodon, naturalmente originárias da África. Essa gramínea não só apresenta resistência ao frio, mas também robustez sob altas temperaturas, consolidando-se como uma escolha eficaz de capim perene. O Tifton 85 cria um denso tapete de cobertura no solo, desempenhando um papel essencial na prevenção da degradação do solo e na melhoria da qualidade do pasto disponível para o gado.
Porém, o engenheiro agrônomo Mickenhagen ressalta que, apesar dos benefícios proporcionados pelo Tifton 85, a gramínea não deve ser considerada uma solução mágica para todos os desafios da pecuária. O sucesso de sua implementação depende de práticas de manejo adequadas e da correção do solo, para garantir que os nutrientes extraídos sejam devidamente repostos ao longo do ciclo. Ele enfatiza a importância de utilizar mudas de alta qualidade, sempre confirmando a pureza genética das sementes antes do plantio, o que é crucial para a produtividade desejada.
O impacto do Tifton 85 no brasil vai além de sua introdução; sua história representa um marco em inovações na agricultura e pecuária. Ao longo de três décadas, esta gramínea se tornou uma ferramenta indispensável para pecuaristas que buscam não apenas aumentar a eficiência de produção, mas também promover a sustentabilidade em suas operações. O legado que o Tifton 85 deixou ao longo desses 30 anos é de uma prática agrícola mais moderna e adaptada às necessidades do setor, possibilitando que muitos produtores melhorem significativamente suas atividades.
Em resumo, o Tifton 85 não é apenas uma variedade de gramínea; é um símbolo de inovação e adaptação no campo da pecuária brasileira. Com sua combinação única de propriedades agronômicas e a experiência acumulada por especialistas ao longo dos anos, essa gramínea se posiciona como um aliado crucial para os pecuaristas que desejam prosperar em um mercado cada vez mais competitivo.
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