Esquema de Lavagem de Dinheiro Desmascarado

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã da última quarta-feira, dia 3 de setembro, o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, popularmente conhecido como “TH Joias”. Ele é acusado de ser um operador financeiro de um esquema milionário ligado ao tráfico internacional de drogas do Comando Vermelho (CV). Segundo informações da investigação, a organização criminosa movimentou aproximadamente R$ 140 milhões nos últimos cinco anos, evidenciando a magnitude das operações financeiras ilícitas.

De acordo com a PF e o Ministério Público Federal, TH exibia parte de sua riqueza nas redes sociais e em registros apreendidos, onde frequentemente era visto cercado por grandes quantias de dinheiro. Uma das imagens mais impactantes mostra o ex-deputado deitado sobre uma cama coberta por notas de real, representando R$ 5 milhões que, segundo a PF, pertenciam a Luciano Martiniano da Silva, conhecido como “Pezão”, que se encontra foragido há mais de dez anos.

As investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em parceria com o Ministério Público Federal, apontam que TH, juntamente com Gabriel Dias Oliveira, conhecido como “Índio”, e um terceiro participante identificado como Dudu, estruturaram um esquema complexo para movimentar os valores oriundos do tráfico. “Os elementos probatórios reunidos nos Relatórios de Inteligência Financeira revelam um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, caracterizado pela movimentação de grandes volumes em espécie, operações de câmbio no mercado paralelo, uso de laranjas e empresas aparentemente legítimas para ocultar a origem ilícita dos fundos”, destacou um agente da PF.

Envios de Dinheiro e Imagens Reveladoras

Entre abril e maio de 2024, TH teria transferido US$ 1,7 milhão a Pezão, convertidos de reais obtidos no Brasil, segundo apurações da PF. Um episódio relevante ocorreu no dia 16 de abril de 2024, quando Índio foi flagrado fotografando R$ 5 milhões em sua residência no Complexo do Alemão. No dia seguinte, esse montante teria sido retirado por TH, que deu início ao processo de conversão do dinheiro com doleiros. Parte dessa quantia foi posteriormente entregue a Dudu, nas praias de Copacabana, para operações de câmbio, consolidando ainda mais o envolvimento da quadrilha em práticas ilícitas.

Com a prisão de TH, a Polícia Federal acredita que o núcleo financeiro do tráfico no Rio de Janeiro foi significativamente enfraquecido. O ex-deputado responderá por diversas acusações, incluindo lavagem de dinheiro, associação ao tráfico e organização criminosa. Enquanto isso, Índio e Dudu também permanecem sob investigação, enquanto Pezão continua foragido, levantando questionamentos sobre o futuro das operações do Comando Vermelho.

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