Um Sismo Destrutivo e Seus Efeitos
Na manhã desta quarta-feira (30), a península de Kamchatka, no extremo oriente da Rússia, foi abalada por um dos terremotos mais intensos já registrados na região. Com uma magnitude impressionante de 8,8 na escala Richter e epicentro localizado a aproximadamente 126 km ao sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, o evento sísmico gerou alertas de tsunami em várias nações do Pacífico. O tremor provocou ondas que alcançaram até quatro metros de altura, resultando na evacuação de residentes em áreas costeiras da Rússia, Japão, Havaí e outras localidades.
Na Rússia, as consequências foram mais severas em Severo-Kurilsk e no distrito de Elizovsky, onde as autoridades reportaram ondas de três a quatro metros. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram ruas inundadas e prédios submersos, enquanto cerca de dois mil moradores foram evacuados rapidamente. Algumas pessoas sofreram ferimentos, mas, felizmente, sem gravidade. “As paredes tremiam. Por sorte, já tínhamos uma mala pronta perto da porta com roupas e água. Saímos correndo assim que o chão começou a tremer”, relatou uma moradora à imprensa estatal Zvezda.
tsunami e Reações no Pacífico
Considerado o terremoto mais forte desde 1952 na região, o sismo também gerou uma série de tremores secundários, incluindo abalos de magnitude 6,9 e 6,3. As autoridades estão em alerta para a possibilidade de novas réplicas, que podem alcançar magnitudes de até 7,5. Assim que o tremor foi sentido, a onda de choque se espalhou rapidamente pelo Pacífico. No Japão, quase dois milhões de pessoas foram instruídas a deixar áreas litorâneas, especialmente no norte do país. Em Iwate, uma onda de 1,3 metro foi registrada, mas não houve feridos nem danos significativos.
A precaução se estendeu à usina nuclear de Fukushima, onde trabalhadores foram retirados temporariamente devido a potenciais riscos. No Havaí, o governador Josh Green declarou alerta máximo, cancelando voos em Maui e recomendando que a população se afastasse da costa. As sirenes soaram em praias famosas como Waikiki, resultando em congestionamentos enquanto os residentes buscavam refúgio em terrenos elevados. Até o momento, ondas de até 1,8 metro foram observadas, mas sem registros de danos.
Alerta Global
Além dos países já citados, alertas de tsunami foram emitidos para a costa oeste dos Estados Unidos, México, Equador, Chile, Colômbia, Polinésia Francesa, Taiwan, Nova Zelândia e Tonga, entre outras localidades do Pacífico. O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico notificou que ondas de até três metros acima do nível do mar eram possíveis em várias dessas áreas, enquanto regiões mais distantes poderiam experimentar elevações de até um metro.
Em Taiwan, hotéis e resorts nas áreas costeiras pediram aos hóspedes que permanecessem em locais seguros e evitassem o mar. Em Palau, na Micronésia, as autoridades ordenaram a evacuação total das áreas à beira-mar. Na Califórnia, alertas foram enviados para celulares, orientando os moradores a manterem distância das praias. A magnitude do sismo, já considerada uma das dez maiores da história, traz à memória desastres sísmicos passados, como o tsunami de 1952 na própria Kamchatka e o devastador evento de 2004, que resultou na morte de cerca de 220 mil pessoas em 11 países após um tremor de 9,1 na Indonésia.
Até o início da tarde, não havia relatos de mortes, mas as autoridades de várias nações permanecem em vigilância, monitorando possíveis réplicas e a situação marítima. No Havaí, o Centro de Alerta de tsunami do Pacífico rebaixou o nível de risco, mas ainda assim advertiu que correntes e ondas excepcionalmente fortes poderiam ocorrer próximos à costa e nos portos. Especialistas destacam que, apesar da eficácia dos sistemas de alerta modernos, o risco em áreas costeiras continua elevado por pelo menos as próximas 24 horas.