Câmara Debate tarifaço e Respostas do governo Brasileiro

O recente aumento de tarifas sobre produtos brasileiros, anunciado pelo governo dos Estados Unidos, gerou uma onda de reações na Câmara dos Deputados. Parlamentares da base do governo têm defendido uma moção de repúdio ao posicionamento americano, enquanto a oposição está mobilizada para convocar ministros a fim de esclarecer a atuação do Executivo nesta questão.

Entre os principais articuladores dessa iniciativa está o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), que, junto ao deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), protocolou requerimentos que visam formalizar o descontentamento com as novas tarifas. A pressão aumentou após a aprovação, ainda nesta semana, de uma moção de louvor ao presidente Donald Trump na Comissão de Relações Exteriores, um ato que foi patrocinado pela oposição e votado antes do anúncio das tarifas.

“Qual é a posição oficial da Casa neste momento? A moção de louvor a Trump. Sem dúvida, teremos que discutir isso no plenário. Estou certo de que essa questão será debatida. Isso contrasta com as posições do presidente da Câmara e do Senado”, afirmou Lindbergh em coletiva de imprensa.

A Resistência dos Líderes e os Pedidos de Convocação

No entanto, líderes consultados pela CNN indicam que a proposta de moção de repúdio pode não ser pautada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem adotado uma postura cautelosa em relação ao tarifaço. Na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, três deputados do PT também apresentaram moções semelhantes contra Trump.

Por outro lado, a oposição busca reverter a narrativa de que apoiou a moção de louvor relacionada ao tarifaço. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), enfatizou: “Nosso voto de louvor foi em reconhecimento à primeira manifestação de solidariedade de Trump a Bolsonaro e não por apoio a taxações.”

Adicionalmente, os deputados da oposição estão tentando atribuir a responsabilidade pelo aumento das tarifas ao governo atual, alegando falhas na articulação diplomática e uma abordagem ideológica na política externa.

Em um movimento voltado para a convocação de membros do governo, o deputado Evair de Melo (PP-ES), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), solicitou a convocação de ministros para discutir o impacto do tarifaço: um pedido direcionado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros dois ao chanceler Mauro Vieira. Esses requerimentos ainda precisam ser aprovados pelo plenário, sendo que um deles foi apresentado na Comissão de Relações Exteriores.

Propostas de Debate e o Cronograma Apertado

O objetivo é ouvir de Haddad sobre as implicações econômicas das novas tarifas e obter de Vieira explicações sobre a “omissão e irresponsabilidade diplomática” do governo Lula, que, segundo a oposição, levou à imposição dessas tarifas.

Lindbergh ainda apresentou um pedido para a criação de uma comissão geral na Câmara para debater amplamente o tarifaço. “Estamos entregando as assinaturas ao presidente Hugo Motta para que essa pauta seja discutida. Conseguimos apoio de diversos partidos, como MDB, Solidariedade, Podemos, PSB, PDT, PT e PCdoB, para que a Casa convoque uma comissão geral, envolvendo o Itamaraty e setores empresariais para discutir o tema e suas consequências”, destacou.

O deputado espera que Motta consiga marcar o debate já para a próxima semana, embora o tempo seja curto, uma vez que o Congresso irá entrar em recesso parlamentar a partir da próxima sexta-feira (18) até o final de julho.

Nos próximos dias, os deputados se preparam para um esforço concentrado, priorizando propostas essenciais para o governo e suas respectivas bancadas. Além disso, a Casa já tem marcadas duas sessões com comissões gerais para a manhã da próxima quarta-feira (16).

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