Tarifa Imposta pelos EUA e Seus Efeitos no Mercado de soja
O setor agropecuário brasileiro enfrenta um novo desafio com o ‘tarifaço’ imposto pelos Estados Unidos, que aplicaram uma taxa de 50% sobre uma variedade de produtos, incluindo a soja. Essa é considerada a maior tarifa atualmente em vigor no mundo e impacta diretamente o comércio entre os dois países, aumentando a pressão sobre o agronegócio nacional.
Contudo, de acordo com a plataforma Grão Direto, os preços da soja no Brasil têm se mostrado surpreendentemente estáveis, impulsionados pela sólida demanda externa e pelos prêmios elevados pagos nos portos do país. Apesar das flutuações leves no preço da soja na Bolsa de Chicago, os exportadores brasileiros continuam confiantes, especialmente devido à preferência da China pela soja brasileira. O gigante asiático, que apresenta uma demanda internacional relativamente enfraquecida, não tem realizado compras significativas da safra americana.
Volume de exportação de soja Cresce em Agosto
Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o volume programado para embarque de soja nos portos brasileiros em agosto alcançou o maior nível nos últimos cinco anos. Até o final de julho, o Brasil já havia exportado mais de 77 milhões de toneladas, caminhando para cumprir a meta anual de 102 milhões, mesmo diante da complexidade logística em manter um ritmo elevado de embarques nas próximas semanas.
Enquanto isso, o milho começa a ganhar destaque nas operações portuárias, à medida que a colheita avança, indicando uma transição gradual no escoamento da soja. Essa mudança sinaliza que, à medida que a janela de escoamento da soja se fecha, o foco pode se deslocar para o cereal, que também é um produto de alta demanda.
Prêmios Portuários e a Estabilidade dos Preços de soja
Os prêmios portuários continuam a dar suporte ao mercado da soja no Brasil, mantendo-se elevados mesmo com a valorização do real em relação ao dólar e as pressões do mercado internacional. Essa situação beneficiou principalmente a soja da safra passada, que teve uma semana de negócios bastante movimentada.
A estagnação nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China mantém a soja sul-americana em posição de destaque no mercado global. Contudo, essa dinâmica poderá mudar com a aproximação da nova safra americana, quando a China deverá retomar as compras de soja dos EUA, o que pode reduzir a demanda pela soja brasileira.
Expectativas para o Mercado de soja e Relatório do USDA
Nesta terça-feira, dia 12 de agosto, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará uma atualização do Relatório de Oferta e Demanda, que pode trazer um aumento nos estoques finais da nova safra. Essa informação deverá resultar em uma desaceleração nas exportações americanas e um aumento na produtividade, impulsionado pelas boas condições climáticas que têm beneficiado as lavouras.
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Esse cenário de maior oferta é suscetível a pressionar os preços da soja, especialmente na Bolsa de Chicago. Além disso, a expectativa de uma demanda mais fraca, com a diminuição das compras da China, também contribui para essa tendência de queda nos preços.
Considerações Finais sobre o Cenário Macroeconômico
No contexto macroeconômico, crescem as especulações sobre possíveis cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos para setembro, impulsionadas por dados mais fracos do mercado de trabalho. No Brasil, por sua vez, o Banco Central permanece em uma postura rigorosa, sinalizando que os juros devem se manter elevados por um período prolongado, em uma tentativa de controlar a inflação.