Em celebração ao setembro verde, mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos, o Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo) promoveu, na terça-feira (17), um importante evento no auditório do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). O Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTS) no DF teve como principal objetivo unir as equipes das comissões de todos os hospitais da região, sejam eles públicos ou privados, para facilitar a troca de informações e experiências sobre os desafios e avanços no tema da doação de órgãos.
Neste encontro, coordenado por Adriana Cavalcante, chefe do Nopo e presidente da CIHDOTTS do Hospital de Base, foram discutidas questões fundamentais para a melhoria dos processos de captação e doação de órgãos. Entre os tópicos abordados, destacam-se a entrevista familiar durante a captação de órgãos, os aspectos psicológicos relacionados à morte e ao luto, além da análise e preenchimento correto dos termos do protocolo de morte encefálica. Para Adriana, a atualização das equipes sobre a execução desses procedimentos é crucial, principalmente no que tange ao registro do protocolo de morte encefálica e à avaliação clínica do potencial doador de córneas. Ela salienta que, no brasil, o Distrito Federal se destaca como o principal território no que se refere à notificação de morte encefálica, com o Hospital de Base liderando entre os hospitais do DF.
Embora o número de notificações de morte encefálica seja elevado, a taxa de doação efetiva ainda é insatisfatória. Adriana enfatiza a necessidade de aumentar o entendimento das famílias acerca da relevância da doação de órgãos. O encontro também contou com a participação da Diretora da Central Estadual de Transplantes do DF, Gabriela Ribeiro Christmann, que discutiu com os presentes a urgência de se atualizar e melhorar as práticas relacionadas ao tema. Gabriela ressaltou que as doações de órgãos em 2024 estão aquém dos números do ano anterior, reiterando a importância de intensificar a conscientização familiar para reverter essa realidade.
Diversos outros assuntos foram debatidos durante o evento, incluindo a busca ativa das Comissões, os critérios para contraindicação absoluta à doação de órgãos e a troca de estratégias bem-sucedidas que resultaram em um maior número de notificações pós-parada cardíaca, apresentadas pela CIHDOTTS do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Adriana ainda destacou a importância da capacitação contínua, informando que a Comissão Intra-Hospitalar de doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital de Base, em parceria com a Diretoria de Ensino e Pesquisa (DIEP) do IgesDF, realiza mensalmente cursos de formação para médicos do DF focados na determinação da morte encefálica. “Até agora conseguimos capacitar 32 médicos e já temos uma nova turma formada com mais 16 profissionais programada para setembro”, afirmou.
As celebrações do setembro verde continuarão com mais eventos significativos. Na quinta-feira (19), será realizado um culto ecumênico no jardim do Hospital de Base em homenagem às famílias de doadores. Durante o culto, haverá um espaço especial onde pacientes que receberam transplantes poderão expressar sua gratidão às famílias que contribuíram para suas novas oportunidades de vida.
Por fim, no domingo (22), a partir das 8h, o estacionamento 13 do Parque da Cidade será palco de uma caminhada em prol da conscientização sobre a doação de órgãos. Além da caminhada, os participantes poderão aproveitar serviços de aferição da pressão arterial, verificação de glicemia, massoterapia e a distribuição de brindes. O evento ainda incluirá uma roda de conversa com familiares de doadores, pacientes transplantados e membros da central de transplantes, que discutirão temas como morte encefálica e a vital importância da doação de órgãos. Essas iniciativas visam não apenas promover a doação, mas também fortalecer a rede de apoio e informação disponível para as famílias envolvidas neste processo tão delicado.