Projeto de Revogação das tarifas

Na última quinta-feira, 18 de setembro, um grupo de senadores dos Estados Unidos apresentou um projeto de lei com a finalidade de revogar as tarifas elevadas aplicadas pelo ex-presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Este movimento legislativo ainda não tem uma data definida para votação, mas destaca a crescente insatisfação em relação a medidas comerciais que afetam as relações entre os dois países.

Em 31 de julho, Trump havia assinado uma ordem executiva que fixou uma tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil. Este percentual é resultado da combinação de uma alíquota de 10% que já havia sido anunciada anteriormente, somada a um adicional de 40% que entrou em vigor em agosto. A implementação dessas novas tarifas gerou preocupações tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, dado o impacto significativo que podem ter sobre os preços para os consumidores.

Vale ressaltar que Trump decidiu isentar cerca de 700 produtos de sua lista de tarifas, incluindo itens como suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Produtos que ficaram fora do escopo da tarifa de 40% continuam a ser afetados apenas pela taxa de 10%, o que gera uma complexidade adicional em um cenário já tenso.

O grupo que apresentou o projeto é composto por cinco senadores, sendo quatro deles do Partido Democrata e um republicano, Rand Paul, que, apesar de fazer parte do partido de Trump, se manifestou contra a medida. Em uma declaração recente, Paul alegou que a ordem de Trump é inconstitucional, argumentando que a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional não confere ao presidente a autoridade para impor tarifas unilaterais; tal prerrogativa, segundo ele, cabe ao Congresso. Além disso, o senador expressou preocupações acerca do que chamou de “perseguição” do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ele enfatizou que isso não justifica a decisão de Trump.

O líder da minoria no Senado e também democrata, Chuck Schumer, foi enfático ao criticar a postura de Trump, afirmando que o ex-presidente está conduzindo o país em uma “guerra comercial” por motivos políticos. Louvando a necessidade de políticas que priorizem o bem-estar econômico dos cidadãos, Schumer disse: “Os americanos não merecem que Trump faça política com seu sustento e seu bolso. Já passou da hora de os republicanos no Congresso encerrarem essa loucura”.

Desafios pela Frente

Apesar de contar com apoio entre alguns membros da oposição, o projeto enfrenta desafios significativos. Para ser aprovado, será necessário o voto favorável de pelo menos quatro senadores republicanos, uma vez que o partido de Trump detém a maioria no Senado. Mesmo que a proposta avance e consiga ser aprovada na Câmara Alta, ela ainda teria que passar pela Câmara dos Representantes, onde o cenário também é dominado por uma base alinhada a Trump.

Esse emaranhado legislativo retrata a complexidade das relações comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil, além da importância das decisões políticas que influenciam diretamente a economia de ambos os países. A expectativa é que, com o desenrolar dos eventos, a dinâmica entre os dois lados se torne mais clara e que, eventualmente, soluções viáveis para as tarifas possam ser alcançadas.

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