**Sabatina de Galípolo no Senado: Expectativa e Acordos em Torno da Nova Indicação do Banco Central**

BRASÍLIA – A expectativa em torno da sabatina do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, tem gerado movimentações no Senado. Senadores manifestaram a necessidade de mais tempo antes de sua sabatina, permitindo um melhor preparo para discutir os encontros entre Galípolo e o futuro presidente da instituição. Os parlamentares desejam apresentar suas análises sobre a coordenação da política de juros, conforme relatos obtidos. A indicação de Galípolo por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confirmada na última quarta-feira, 28 de agosto, com um anúncio oficial feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é considerado seu padrinho político no governo.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso, expressou de forma contundente sua oposição à análise da indicação de Galípolo já na próxima semana. Ele chegou a afirmar, em declarações na manhã de terça-feira, 27, que havia uma “zero chance” de que isso se concretizasse. A insatisfação de Vanderlan não se relaciona diretamente com a sabatina de Galípolo, mas com uma outra questão: o senador se mostrou descontento por não ter sido consultado por parte do governo sobre um projeto de decreto legislativo referente à regulamentação dos clubes de tiro em todo o Brasil.

Na tarde do mesmo dia, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), estabeleceu contato com Vanderlan e garantiu que um novo decreto seria elaborado pelo presidente Lula. O objetivo é substituir o ato controverso que gerou resistência entre a oposição. Este alinhamento entre as partes foi crucial para que Vanderlan reconsiderasse sua posição e decidisse facilitar a sabatina de Galípolo.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), liderada por Alexandre Padilha, informou que a sabatina está programada para ocorrer na semana do dia 9 de setembro. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já demonstrou disposição para que a votação da indicação aconteça na mesma semana, de acordo com a assessoria.

Além disso, ficou acordado que as lideranças do governo se reuniriam com Pacheco na terça-feira, 27, e o senador indicou que ela será marcada durante o próximo período concentrado de esforço legislativo do Congresso, previsto para a segunda semana de setembro. Embora a sabatina esteja se aproximando, ainda não há um consenso sobre a data exata da sessão na CAE.

Com base em informações do Estadão/Broadcast Político, Vanderlan Cardoso sugere que a sabatina de Galípolo ocorra no dia 10 de setembro. Essa data seria estratégica, pois permitiria que Galípolo se dedicasse às chamadas “beija-mão”, momento onde ele se reuniria com os parlamentares para solicitar apoio e apresentar suas credenciais.

Como presidente da CAE, a responsabilidade de agendar a sabatina recai sobre Vanderlan Cardoso. Apenas após essa etapa é que a indicação poderá ser levada para votação no plenário do Senado. Vale ressaltar que os mandatos do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dos diretores responsáveis por Regulação e Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, estão marcados para terminar em 31 de dezembro. A escolha de Galípolo implica, portanto, na necessidade do governo de indicar também um novo diretor de Política Monetária.

Neste clima de negociação e articulação política, o desenrolar da sabatina promete ser um momento decisivo para a nova gestão do Banco Central e, consequentemente, para a condução da política monetária no Brasil. A relação do novo diretor com os senadores será fundamental para a possível aprovação de suas diretrizes e para a eficácia das suas ações no cargo. O cenário político e econômico do país observa atentamente esses movimentos, que podem influenciar diretamente a direção econômica que será adotada pelo governo Lula no futuro próximo.

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