Investigação em Andamento
No domingo, 7 de agosto, uma nova parte de um corpo humano foi localizada na orla do Guaíba, em Porto Alegre (RS). A Polícia Civil acredita que a perna e um pé encontrados possam pertencer à mesma vítima relacionada ao infame caso da mala, que envolve o publicitário Ricardo Jardim, preso sob suspeita de feminicídio. O achado ocorreu por volta das 15h, nas proximidades do Shopping Pontal, localizado na zona sul da capital gaúcha.
Conforme informações obtidas pelo Terra, as autoridades estão bastante intrigadas com a possibilidade de que os restos mortais sejam da mesma mulher que teve partes de seu corpo abandonadas em uma mala na rodoviária da cidade. O publicitário de 65 anos, Ricardo Jardim, foi detido na manhã da última sexta-feira, 5, e é considerado o principal suspeito nesta investigação.
Perícias em Andamento
A polícia já realizou a perícia no local da descoberta e, agora, está aguardando os resultados dos exames de DNA para confirmar a identidade da vítima. É importante recordar que, no dia anterior, outra perna humana havia sido encontrada na areia da orla de Ipanema, também na zona sul de Porto Alegre.
O diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa do Rio Grande do Sul, Mário Souza, comentou sobre a situação: “É bastante provável que a perna encontrada seja da mesma vítima do caso da mala da rodoviária. Vamos seguir com os protocolos de perícias e esperar pelos resultados, mas nossos investigadores acreditam que há uma chance significativa de que possamos confirmar isso em breve”. Até o momento, a cabeça da vítima permanece desaparecida, e a investigação continua.
Dinâmica do Crime
A mulher, cuja identidade ainda não foi revelada, foi assassinada no dia 9 de agosto, e o delegado responsável pela investigação revelou que Jardim teria deixado partes do corpo em diferentes locais e em datas distintas, além de ter fornecido falsas pistas às autoridades. A estratégia aparentemente calculada de desviar a atenção da polícia inclui denúncias falsas e a escolha de locais para o abandono das partes do corpo.
Os investigadores detalham que no dia 13 de agosto, Jardim abandonou os braços da vítima, sem as mãos, e as pernas em sacos de lixo em uma rua isolada do bairro Santo Antônio. Apenas uma semana depois, em 20 de agosto, ele foi até a movimentada rodoviária de Porto Alegre, onde deixou a mala contendo o tronco da mulher, em um ambiente monitorado por câmeras de segurança.
Motivações e Antecedentes Criminais
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Inicialmente, as autoridades acreditam que a motivação por trás do crime seria financeira, já que Jardim utilizou os cartões de crédito da vítima em tentativas de movimentar sua conta bancária. Durante sua prisão, foram apreendidos com ele celulares, entre eles o da vítima, notebook, documentos falsos, cartões de crédito da mulher, além de vestimentas que ele usou no dia do abandono da mala. Os investigadores o descrevem como uma pessoa “fria” e calculista.
Notavelmente, este não é o primeiro crime violento associado a Ricardo Jardim. Em 2015, ele foi condenado por matar a própria mãe, ocultando seu corpo em um armário e o concretando. Jardim recebeu uma sentença de 28 anos em 2018, mas progrediu para o regime semiaberto em janeiro de 2024. Devido à falta de tornozeleiras eletrônicas, ele foi transferido para prisão domiciliar, mas acabou se evadindo em abril do mesmo ano, sendo declarado foragido. O mandado que buscava seu retorno ao regime fechado foi expedido apenas em fevereiro de 2025, coincidindo com a data do feminicídio investigado atualmente.