O Diferencial de Romeu Zema na Disputa Presidencial
No cenário político que se desenha para as eleições presidenciais de 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se destaca de forma significativa em relação aos seus concorrentes de Direita. Filiado ao Partido Novo, Zema encontra-se em uma posição privilegiada para obter o respaldo necessário à sua candidatura, ao contrário de outros líderes que enfrentam barreiras semelhantes.
Um dos adversários de Zema, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, pertence ao Republicanos. Esse partido possui fortes influências no Nordeste, região onde o ex-presidente Lula mantém uma sólida liderança política. Com figuras proeminentes como Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados da Paraíba, e Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, de Pernambuco, as coisas se complicam para Tarcísio. Isso porque, caso o Republicanos decida lançar Tarcísio ao Planalto, todos os candidatos da sigla teriam a obrigação de incorporar seu nome em material de campanha, o que pode ser inviável em estados onde Lula possui grande aceitação.
Além disso, Ronaldo Caiado enfrenta um desafio ainda mais complexo. O União Brasil, apesar do que seu nome sugere, é reconhecido por being a legenda mais fragmentada do país, dividida entre correntes bolsonaristas, lulistas e independentes. Para complicar ainda mais a situação, a sigla anunciou uma federação com o PP, o que implica em uma tomada de decisão unificada sobre apoio a candidaturas – uma tarefa árdua, dada a dificuldade de consenso dentro da própria federação.
Por sua vez, Ratinho Junior, o governador do Paraná, é membro do PSD. Sob a liderança rigorosa de Gilberto Kassab, o partido tem por tradição negociar apoios em troca de benefícios, como cargos e emendas. Essa realidade pode levar a uma desistência da candidatura presidencial se o “dote” oferecido não for atraente.
O círculo próximo a Zema observa essas dinâmicas com atenção, visando consolidar seu nome como uma opção viável para o Planalto. Ademais, essa situação também abre espaço para figuras ligadas ao clã Bolsonaro, uma vez que o PL está disposto a oferecer sua legenda para o candidato que Jair Bolsonaro apoiar.
Vale lembrar que, conforme já abordado em outras ocasiões, o deputado Eduardo Bolsonaro tem se destacado na disputa pela benção do pai, ao buscar apoio internacional, como a anistia que conseguiu de Donald Trump e o alinhamento com a Direita italiana.
Um aspecto crucial a ser considerado é que, para formar uma chapa, é necessário ter dois candidatos: um para a presidência e outro para a vice-presidência. As pesquisas eleitorais, neste contexto, desempenham um papel decisivo na disposição dos partidos.
As pesquisas têm o poder de alterar a estratégia dos partidos. Quando chegarem as convenções em junho de 2026, se algum dos nomes mencionados se mostrar competitivo nas pesquisas contra Lula (PT), a chance de unificação das legendas aumenta. Todavia, essa pressão é menos necessária para Zema, que, independentemente de sua posição nas sondagens, já conta com o apoio do Novo.