A Polêmica Operação da DF Legal
No Recanto das Emas, o administrador regional Carlos Dalvan não poupou críticas à operação realizada pela Secretaria DF Legal, marcada por cenas de confusão, ocorrida na manhã de quarta-feira, 24 de setembro. Dalvan descreveu como “revoltantes” as imagens que mostram um auditor chutando a mercadoria de uma comerciante, uma atitude que gerou indignação entre os moradores locais.
“As imagens divulgadas são realmente revoltantes”, afirmou Dalvan em uma coletiva de imprensa. Ele revelou que já havia conversado com o secretário da DF Legal, Cristiano Mangueira, que garantiu que a situação seria investigada a fundo. O administrador também esclareceu que as operações do DF Legal são realizadas sem necessidade de autorização da Administração Regional. “Essas ações geralmente são motivadas por denúncias recebidas”, acrescentou.
Carlos Dalvan reiterou a urgência de uma feira permanente na região, ressaltando que “repudiamos qualquer forma de violência ou desrespeito”. Ele enfatizou o compromisso em estabelecer um espaço legalizado e apropriado para que os trabalhadores possam exercer suas atividades com dignidade. Vale ressaltar que o Recanto das Emas já contou com uma feira permanente, mas a estrutura foi demolida em 2007 e não foi reerguida desde então.
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Confusão e Agressões: O Que Realmente Aconteceu
Imagens que circulam nas redes sociais e no portal Metrópoles mostram o caos durante a operação da DF Legal. Em um dos vídeos, uma mulher aparece caída entre as roupas que vendia, enquanto um auditor chuta suas mercadorias. Testemunhas afirmam que a equipe de fiscais utilizou spray de pimenta contra os presentes.
Em outra parte das gravações, um comerciante é detido pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), chamada para apoiar a operação da DF Legal. Enquanto é algemado, ele denuncia agressões por parte dos policiais, afirmando: “Estou sendo preso porque defendi uma mulher”. O tumulto foi gravado por outras pessoas que estavam no local, até que o comerciante fosse levado em um camburão.
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Diversas Versões Sobre a Ocorrência
Em depoimento à Polícia Civil do DF, a mulher que apareceu nas imagens confirmou que tinha uma banca na Quadra 103 e uma loja no Recanto Center, nas proximidades do incidente. Ela relatou que, ao perceber a presença dos auditores, tentou resguardar seus produtos, mas mesmo assim teve sua mercadoria apreendida.
O comerciante detido afirmou que interveio após ver um dos fiscais puxar a mulher, e contestou qualquer acusação de desrespeito, alegando que os auditores foram agressivos com os trabalhadores. Por outro lado, a Secretaria DF Legal se defendeu, afirmando que “os ambulantes agrediram os auditores e correram para dentro das lojas, causando tumulto”. Em nota, o órgão ressaltou que sua atuação visa a segurança de todos, tanto dos auditores quanto da população.
A operação foi justificada com base em denúncias recebidas pela secretaria sobre o comércio ilegal na região. Foram apreendidos 26 caixas de verduras, 19 sacos de eletrônicos e 21 tendas, com os ambulantes atuando sem licença adequada.
A PMDF, por sua vez, informou que houve resistência às ações dos auditores, o que levou à necessidade da intervenção policial. No total, duas pessoas foram detidas por desacato e levadas à 27ª Delegacia de Polícia, que agora investiga os desdobramentos deste incidente.