Reações à Decisão dos EUA
Os Estados Unidos impuseram nesta quarta-feira sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que ele autorizou prisões arbitrárias antes do julgamento e que suprimiu a liberdade de expressão. O anúncio, feito pelo Departamento do Tesouro dos EUA, gerou uma onda de reações no Brasil.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não hesitou em criticar a decisão americana. Em sua declaração, ela descreveu as sanções como um ‘ato violento e arrogante’, sublinhando que esse é mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao Brasil. Hoffmann expressou solidariedade ao ministro Moraes e ao STF, reiterando que nenhum país tem o direito de interferir no Poder Judiciário de outro.
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Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, também se manifestou. Ele afirmou que ‘o mundo está olhando para o Brasil’, referindo-se às sanções como um marco histórico que alerta sobre as consequências globais de abusos de autoridade. Eduardo pediu ao Congresso que promova uma anistia abrangente para restaurar a paz e a liberdade aos perseguidos, enfatizando a importância de demonstrar que o Brasil ainda acredita na democracia.
O ministro do STF, Flávio Dino, mostrou seu apoio a Moraes, afirmando que ele está cumprindo seu dever de maneira honesta e conforme a Constituição. Dino ressaltou que as decisões do ministro são revisadas e confirmadas pelo colegiado competente do STF, defendendo a legitimidade das ações de Moraes.
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Por outro lado, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, criticou duramente Moraes, acusando-o de rasgar a Constituição e ferir o devido processo legal. Ele comentou que o Senado brasileiro foi omisso diante das ações de Moraes e que a resposta dos EUA é uma consequência da tolerância do Brasil com tais abusos. ‘Quando o mundo reage ao que o Brasil tolerou, é porque a democracia aqui já foi longe demais na direção errada’, disse Cavalcante, celebrando a situação com um ‘GRANDE DIA!!!’
Creomar de Souza, cientista político e CEO da Dharma Politics, ressaltou que o impacto das sanções não se limita à relação bilateral. Ele chamou a atenção para a capacidade das ações da Casa Branca de instilar medo e dissenso entre os atores institucionais brasileiros, alertando que ‘o bonde segue descarrilhando.’
José Guimarães, líder do governo na Câmara dos Deputados, também se manifestou de forma enfática. Ele considerou as sanções ‘gravíssimas’, atribuindo-as a uma conspiração da família Bolsonaro e classificando a ação como um ataque direto à democracia e à soberania nacional do Brasil. Guimarães concluiu dizendo que o país não aceitará interferências estrangeiras nas diretrizes da Justiça brasileira.