Mobilização em Defesa do Setor
Nesta terça-feira, 29, o coração da cidade de São Paulo foi palco de um protesto significativo contra a proposta de concessão dos serviços de remoção e guarda de veículos. A manifestação, que bloqueou ruas como a João Brícola e a Boa Vista, culminou com uma grande concentração de caminhões em frente à sede do detran, onde ocorria a penúltima audiência pública de um total de oito sobre o tema.
Profissionais do setor de reboques e guinchos expressaram suas preocupações, afirmando que essa privatização pode resultar em um aumento significativo nas tarifas para os consumidores, além de provocar uma onda de demissões entre os trabalhadores da área. Segundo estimativas, as taxas de remoção e estadia podem subir em até 30%, impactando diretamente aqueles que precisam desses serviços.
“O consumidor vai arcar com esses custos. Tudo isso em nome de uma concessão que pode prejudicar o trabalhador que teve seu carro apreendido por conta de um IPVA atrasado”, declarou Jorge Saraiva, presidente do Sindicato das Empresas e Proprietários de Serviços de Reboque, Resgate, Guincho e Remoção de Veículos de São Paulo.
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Objetivo da Concessão e Críticas ao Governo
O governo de São Paulo está planejando transferir à iniciativa privada a responsabilidade pelos serviços de remoção e custódia dos veículos, atualmente geridos de várias maneiras, seja pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), convênios com o detran ou contratos com empresas. No entanto, a proposta gera controvérsia.
Em resposta às alegações de aumento nas tarifas, o detran afirmou que os preços dos serviços permanecerão regulados pelo Estado, com um teto a ser definido em edital e critérios claros para revisão, sob fiscalização constante. Algumas análises sugerem que, nas mais diversas faixas de distância e tipos de veículos, os novos valores devem permanecer iguais ou até mais baixos do que os atuais.
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Durante uma agenda no interior do Estado, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já havia se posicionado a favor da concessão dos pátios, defendendo a medida como uma forma de melhorar a gestão desses serviços.
Impacto na Estrutura de Pátios e Distância até Veículos Apreendidos
Entidades representativas do setor alertam que a concessão pode resultar em uma drástica redução no número de pátios disponíveis em São Paulo. Isso significaria que os proprietários de veículos apreendidos teriam que percorrer grandes distâncias para recuperar seus bens. Atualmente, o Estado conta com 212 pátios ativos, custodiando cerca de 184.500 veículos.
“O atendimento será estadual e ininterrupto, abrangendo também áreas que, hoje, não têm acesso a esse tipo de serviço”, garantiu o detran, reiterando que a concessão não irá afetar a qualidade do atendimento ao público.
Os sindicatos, que reivindicam a representatividade de aproximadamente 270 empresários e mais de cinco mil guincheiros, reconhecem a necessidade de regulamentação do setor. No entanto, expressam oposição à ideia de entregar os serviços a um único grupo econômico, além de criticar a falta de diálogo com o governo estadual em relação à implementação dessa proposta.
Por fim, o detran refutou qualquer alegação de favorecimento e assegurou que os “sete lotes serão licitados de maneira competitiva”, buscando garantir um processo transparente e justo para todos os envolvidos.