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## Atividades Inclusivas e Sustentáveis na escola para Estudantes com TEA
Os projetos da escola promovem atividades direcionadas aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por meio de aulas de culinária que utilizam ingredientes frescos da horta escolar. Entre as receitas desenvolvidas, destacam-se o bolo de capim-santo e a geleia de amora, elaborada com frutas colhidas diretamente do quintal da instituição. Essas iniciativas não apenas incentivam a inclusão, mas também ensinam práticas de sustentabilidade aos alunos.
### Empreendedorismo Sustentável na educação
Em consonância com os princípios de empreendedorismo sustentável, os alunos têm a oportunidade de produzir itens utilizando recursos naturais locais. Entre os produtos ofertados, destacam-se repelentes, sabonetes e velas, que são comercializados a preços simbólicos. O evento realizado tem como objetivo principal promover a interação entre profissionais de educação e conectar as crianças do meio urbano às ricas experiências do campo. “O que buscamos mostrar é que as ações delas, como jogar um papel no chão, impactam a natureza local de forma significativa”, ressalta a diretora da escola.
As atividades foram distribuídas ao longo da manhã e da tarde, integrando formação pedagógica, apresentações culturais e trocas de experiências entre educadores da área rural. “Nosso foco é ensinar aos alunos a importância de valorizar o campo e a natureza, destacando como é possível utilizar os recursos naturais com respeito e cuidado”, afirma Etyenne de Souto, diretora da escola Classe Riacho Fundo.
### Celebração do Dia do Campo
Para celebrar o Dia do Campo, que ocorre em abril, as escolas rurais da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Núcleo Bandeirante realizaram um evento especial, destacando os projetos de cinco unidades escolares na região: escola Classe Riacho Fundo, EC Agrovila, EC Ipê, EC Kanegae e Centro Educacional (CED) Agrourbano Ipê.
Durante as atividades em meio à natureza, os alunos participaram de todas as etapas do aprendizado. “Eles tiveram a chance de colher amora diretamente do pé, experimentar e produzir geleia, o que foi uma experiência tanto gustativa quanto enriquecedora para eles”, descreve Gabrielly Oliveira, professora que trabalha com turmas da classe especial TEA.
### Socialização e Desenvolvimento Emocional
As classes especiais se reúnem semanalmente para realizar preparações culinárias, criando um ambiente acolhedor para os estudantes com diferentes necessidades educacionais. “Esse projeto promove o desenvolvimento socioemocional e favorece a socialização, além de auxiliar na seletividade alimentar, uma vez que os alunos produzem os próprios alimentos e, em seguida, os degustam”, explica Gabrielly.
### Importância da Formação Pedagógica e Memória
Instituído pela portaria nº 419/2018 da Secretaria de educação (SEEDF), o Dia do Campo é uma política pública que visa valorizar a educação no contexto pedagógico das escolas rurais. Essa iniciativa reforça os princípios que orientam o ensino nesta modalidade e amplia os espaços para a formação contínua de professores, fomentando o diálogo regionalizado entre as instituições escolares.
Renata Cardoso, diretora do CED Vargem Bonita, discutiu os projetos desenvolvidos na área rural, onde a escola está inserida em uma região com tradição agrícola, habitada principalmente por descendentes de imigrantes japoneses que estabeleceram uma das primeiras colônias agrícolas do distrito federal. A escola tem implementado um sistema de agrofloresta, que combina reflorestamento e produção sustentável de alimentos, envolvendo os alunos em todas as etapas do processo, desde o plantio até a colheita. “Começamos a agrofloresta há cerca de dois anos, e as atividades realizadas envolvem a colaboração dos estudantes, contribuindo também para a merenda escolar”, comenta Renata, enfatizando que todas as ações pedagógicas estão direcionadas para fortalecer a sustentabilidade nas práticas educativas.
### Valorização da Identidade do Campo
O Dia do Campo se firmou como um espaço de integração, pertencimento e valorização da cultura rural dentro da educação. “Este evento é uma oportunidade de compartilhamento entre educadores e alunos que, embora venham de realidades distintas, possuem um rico acervo de saberes e experiências que fortalecem a educação pública no campo”, afirma Simone Soares, gerente de Atenção à educação do Campo da SEEDF.
Segundo a gestora, a educação do Campo é uma modalidade de ensino reconhecida pela legislação nacional desde 2003 e surgiu como resposta às demandas da população rural, que reivindica uma educação que respeite sua cultura e suas tradições. “As escolas do campo exercem um papel essencial em seus territórios, com a proximidade da comunidade local enriquecendo o processo pedagógico”, conclui Simone.
Essa combinação de atividades inclusivas, empreendedorismo sustentável e valorização da cultura local ilustra como a educação rural pode ser uma ponte para um futuro mais integrado e consciente, tanto para os alunos quanto para a comunidade em geral.