O Governo do Estado do Paraná está empenhado em converter pesquisas científicas em oportunidades de negócios por meio do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). Este programa visa fortalecer a cultura empreendedora nas universidades e centros de pesquisa, capacitando pesquisadores e incentivando a aceleração de projetos que possuam potencial comercial. A iniciativa se destaca por sua relevância no cenário atual, onde a conexão entre academia e mercado é essencial para o progresso econômico e o desenvolvimento sustentável.
Recentemente, durante uma participação no programa Paraná em Pauta da TV Paraná Turismo, o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, enfatizou a importância do Prime, que já se encontra em sua quarta edição. Ele ressaltou como o programa promove avanços tecnológicos que têm um impacto direto na economia do Paraná, sempre com um olhar voltado para a sustentabilidade. Na última semana, o Prime iniciou sua segunda fase, com a participação de 27 representantes de nove instituições de ensino superior e centros de pesquisa, todos comprometidos em transformar suas inovações em produtos comercializáveis.
A estrutura do programa inclui a realização de mentorias e workshops sobre uma variedade de temas que ajudam os pesquisadores a adaptar suas inovações ao mercado. Os tópicos abordados incluem planejamento financeiro, processos comerciais e questões jurídicas relacionadas à atividade empreendedora. Através desta abordagem, os participantes recebem as ferramentas necessárias para que suas ideias possam alcançar o mercado de forma eficaz.
Aldo Bona também destacou nesta conversa um aspecto jurídico importante: a recente atualização em uma lei que permitirá que o Paraná destine recursos para os municípios investirem em inovação. Isso representa uma chance significativa para que as pequenas cidades também possam se beneficiar da transformação digital e do crescimento econômico por meio de soluções inovadoras.
Durante a entrevista, o secretário reiterou o caráter educativo do programa. “O objetivo é capacitar nossos pesquisadores para que saibam levar suas descobertas além do registro de patentes, permitindo assim a criação de negócios, desenvolvimento socioeconômico, geração de empregos e de renda. As inovações tecnológicas devem se tornar ativos valiosos para o estado”, explicou.
Um ponto também destacado por Aldo Bona foi um chamamento previsto para setembro que visa fomentar a cooperação entre o setor público e a iniciativa privada. Esse edital pretende licenciar as soluções criadas pelos pesquisadores, ajudando a integrar essas ideias no mercado. “Estamos criando um espaço para empresas que desejam adquirir licenças de produtos com potencial de investimento, transformando pesquisas em negócios viáveis”, afirmou.
Em um movimento para intensificar a inovação, a próxima fase do Programa Prime terá início em 1º de outubro, quando dez finalistas, selecionados entre os participantes da segunda etapa, receberão um investimento de R$ 200 mil cada para desenvolver suas pesquisas. Esses fundos são provenientes do Fundo Paraná, destinado a fomentar o avanço científico e tecnológico. A gestão deste fundo é realizada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
O Prime é operado em colaboração com a Fundação Araucária, que auxilia na implementação do programa, e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), responsável por ministrar as mentorias e workshops focados em técnicas comerciais e empreendedoras.
Outra iniciativa que recebeu destaque na entrevista foi o Escritório de Projetos de Engenharia e Arquitetura (Projetek), um programa destinado a desenvolver projetos para obras públicas em municípios de menor porte. Esta iniciativa foi reconhecida recentemente, conquistando o Prêmio de Excelência em Competitividade entre 292 políticas públicas de diversos estados do Brasil.
Coordenado pela Seti e desenvolvido em colaboração com as sete universidades estaduais, o Projetek já entregou desde sua implementação em 2021 um total de 61 projetos variados para 57 municípios paranaenses, mostrando a efetividade da união entre academia e administração pública. No momento, 42 projetos adicionais estão em andamento, reforçando o compromisso do Paraná com o desenvolvimento local e a melhoria da infraestrutura das pequenas cidades.