Exame de Sanidade Mental e Questões Jurídicas

O caso envolvendo uma mulher de 41 anos, acusada de matar seu pai em Itanhaém, litoral de São Paulo, está sob análise e pode ter uma nova direção. O Ministério Público de São Paulo solicitou que a acusada passe por um exame de sanidade mental, levantando questões sobre sua integridade psicológica. A promotora Monique Ratton destacou que existem “dúvidas razoáveis” sobre a condição mental da mulher, o que pode influenciar o andamento do processo legal.

A mulher foi presa em 16 de agosto após ser vista vagando pelas ruas sem roupas e proferindo frases desconexas. Quando questionada sobre sua nudez, ela respondeu: “Sou prostituta”. No entanto, ao ser abordada pela polícia, admitiu ter assassinado seu pai, Marcos Ferreira Linhares, de 74 anos. Durante seu depoimento, revelou que foi vítima de abusos desde a infância, o que a teria levado a um estado de “forte estresse”.

Marcos foi encontrado sem vida em sua residência, com uma faca cravada em seu abdômen. De acordo com relatos da filha, ele sofria de diversos problemas de saúde, como sequelas de um AVC, pressão alta e diabetes, além de estar sob uso de múltiplos medicamentos. O exame de sanidade mental foi solicitado em resposta a um pedido da defesa, que argumenta que há “fortíssimos indícios de um surto psicótico” na acusada.

Defesa Legal e Aspectos Psicológicos

Os advogados da mulher alegaram que, durante uma entrevista realizada três dias após o incidente, a acusada se apresentava confusa, sem noção de tempo e necessitando urgentemente de cuidado médico. A promotora Monique Ratton, em manifestação feita na última segunda-feira (1º de setembro), concordou que o exame era necessário. O propósito, segundo ela, é averiguar se a acusada apresentava alguma “doença mental” no momento do crime, o que poderia impactar sua compreensão sobre a gravidade da situação.

A promotora questionou: “A acusada, à época do fato, era portadora de perturbação ou transtorno de saúde mental que afetasse sua capacidade plena ou momentânea?” Essa análise poderá ser decisiva para o julgamento do caso, que já atraiu a atenção da sociedade devido à gravidade dos fatos.

Circunstâncias do Crime

Relatos da Secretaria da Segurança Pública indicam que a mulher foi encontrada sem roupas caminhando pela orla de Itanhaém, onde acabou abordada por guardas municipais. Ao ser interrogada, ela confirmou que havia esfaqueado seu pai no apartamento que compartilhavam. A Polícia Militar foi acionada e, ao entrar na residência, encontrou a vítima com múltiplas perfurações.

A faca utilizada no crime foi apreendida, assim como diversos equipamentos eletrônicos, que estão sendo submetidos a perícia. O caso, classificado como homicídio, foi registrado na Delegacia Sede de Itanhaém e continua em investigação. A evolução deste processo dependerá dos resultados do exame de sanidade mental, que poderá alterar a forma como a justiça lidará com a acusada e as circunstâncias do crime.

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