Um grupo de prefeitos brasileiros está atualmente em israel e, diante do crescente conflito com o Irã, já cruzou a fronteira rumo à Jordânia, recebendo autorização das autoridades locais para entrar neste país. O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, confirmou que a comitiva de gestores municipais chegou em segurança à fronteira entre israel e Jordânia. O tesoureiro da CNM, Nélio Aguiar, que viaja com prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários de diversas cidades, foi responsável por compartilhar essa atualização.
Por questões de segurança, detalhes referentes ao horário e à rota tomada pela comitiva não foram divulgados antes de sua saída. De acordo com as últimas informações recebidas por Aguiar, por volta das 9h56 (horário de Brasília), a comitiva fez a travessia da fronteira utilizando ônibus e agora encontra-se na Jordânia, onde se deslocará para um ponto específico de embarque que facilitará seu retorno ao Brasil.
Esta informação foi corroborada pelo deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), que está liderando uma missão para resgatar seu pai, Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa (PB), que estava se abrigando em um bunker na capital israelense, Tel Aviv. A situação no Oriente Médio gerou um aumento significativo da tensão entre os países da região.
Na quinta-feira da semana passada, as Forças de Defesa de israel lançaram uma “ofensiva preventiva” para combater o programa nuclear do Irã, uma ação que já vinha sendo esperada. Antes dessa operação, o governo israelense havia intensificado seu discurso contra o regime do aiatolá Ali Khamenei, expressando preocupação e ameaças relacionadas ao avanço do programa nuclear iraniano, considerado uma grande ameaça pela comunidade internacional e uma preocupação constante para israel, uma potência nuclear reconhecida.
Esse cenário, que retrata o histórico antagonismo entre os dois países, resultou em uma instabilidade crescente no Oriente Médio, refletindo a complexidade das relações geopolíticas na região. Mersinho, que se encontra na arábia saudita, tem acompanhado de perto o processo de liberação dos prefeitos, ressaltando que eles estão seguros na fronteira e aguardam a entrada na Jordânia.
Os prefeitos que decidiram deixar israel foram acompanhados em um comboio, totalizando 12 pessoas, sendo que inicialmente eram 18, incluindo Cícero. Destes, 12 prefeitos optaram pelo retorno imediato, enquanto outros seis escolheram permanecer em israel, mesmo em meio ao agravamento da situação.
Cícero Lucena estava participando de um importante evento internacional voltado a autoridades de países lusófonos, que ocorreu em território israelense. A jornada de Mersinho para resgatar seu pai foi realizada em desacordo com as orientações do Itamaraty, que recomenda a cidadãos brasileiros que evitem viagens para países próximos à zona de conflito.
Entre os gestores que conseguiram deixar israel nesta segunda-feira estão figuras notáveis como Francisco Nélio Aguiar, tesoureiro da CNM, e Álvaro Damião, prefeito de Belo Horizonte (MG). Outras lideranças municipais, como Márcio Lobato, secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG), Davi de Matos, chefe do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas), e Welberth Porto, prefeito de macaé (RJ), também fazem parte da lista. Além deles, Claudia da Silva, vice-prefeita de Goiânia (GO), Cícero Lucena, e outros importantes gestores, como Janete Aparecida, vice-prefeita de Divinópolis (MG), Gilson Chagas, secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ), Johnny Maycon, prefeito de Nova Friburgo (RJ), Francisco Vagner, secretário de Planejamento de Natal (RN), e Flávio Guimarães, vereador do Rio de Janeiro (RJ), estão entre os que artigos encontraram segurança na sua viagem.
Este evento destaca não apenas a fragilidade da segurança na região, mas também a coragem e determinação dos gestores brasileiros frente aos desafios que surgem em circunstâncias adversas. O cenário atual exige atenção redobrada das autoridades e do público, pois o desenvolvimento do conflito continuará a impactar não apenas a política local, mas também as relações internacionais e a segurança dos cidadãos envolvidos.