A Valorização da soja em Agosto

O mês de agosto trouxe notícias promissoras para o mercado de soja no Brasil, que fechou com preços em alta, tanto nacionalmente quanto na Bolsa de Chicago. Enquanto a primeira quinzena do mês foi marcada por um aumento significativo no volume de negócios, na segunda metade, os agentes do mercado mostraram menor disposição para negociar, refletindo um certo cautela nas transações.

De acordo com informações da consultoria Safras & Mercado, os contratos futuros da soja também apresentaram uma alta consistente no exterior, embora essa valorização tenha sido restringida pela apreciação do real frente ao dólar.

Cotações da soja no Brasil

Os preços da saca de 60 quilos de soja mostraram um crescimento em várias regiões do Brasil. Por exemplo, em Passo Fundo (RS), o preço subiu de R$ 132,00 para R$ 133,00; em Cascavel (PR), de R$ 132,00 para R$ 134,00; em Rondonópolis (MT), a valorização foi de R$ 121,00 para R$ 127,00; e, no porto de Paranaguá (PR), o preço passou de R$ 137,00 para R$ 139,00.

Contratos Futuros na Bolsa de Chicago

No que diz respeito à Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros com vencimento em novembro, que são os mais negociados, apresentaram uma valorização de 5,43% ao longo de agosto. Na última manhã do mês, a posição encerrou a US$ 10,43 por bushel, comparado aos US$ 9,89 do início do período.

A valorização em Chicago recebeu suporte após a divulgação do relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que revisou para baixo suas projeções de safra e estoques, atingindo níveis inferiores ao esperado pelo mercado. Além disso, a tradicional crop tour da Pro Farmer confirmou a expectativa de uma produção ainda menor que a sugerida pelo USDA.

demanda e Câmbio no Mercado de soja

Apesar das reduções nas projeções, tanto o USDA quanto a Pro Farmer indicaram que os EUA estão a caminho de colher uma safra robusta, o que limitou a recuperação dos contratos e os afastou das máximas alcançadas durante o mês. O clima, por sua vez, continua favorável ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos, à medida que se aproxima a colheita.

Um fator que continua a gerar atenção é a demanda da China. Apesar de apelos do presidente Donald Trump para aumentar as compras de soja americana, os compradores asiáticos permanecem preferindo a soja sul-americana. O entendimento no mercado é de que, mesmo com as flutuações nas relações comerciais, a procura da China pela soja dos EUA deve continuar baixa.

O câmbio também exerce influência sobre o cenário interno. Com a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, o dólar comercial registrou uma queda de 3,47% em agosto, encerrando o mês a R$ 5,40. Essa desvalorização do dólar acabou reduzindo parte do impacto positivo que os ganhos em Chicago teriam sobre as cotações brasileiras.

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