Na quinta-feira, dia 3 de novembro, o mercado futuro do milho na Bolsa Brasileira (B3) encerrou a sessão com oscilações levemente negativas nos preços. As cotações principais oscilaram entre R$ 69,51 e R$ 72,90, refletindo um cenário de certa instabilidade. O vencimento novembro/24 foi negociado a R$ 69,51, apresentando uma queda de 0,20%. Já o janeiro/25 teve seu valor estabelecido em R$ 71,90, o que representa uma desvalorização de 0,47%. Para o contrato de março/25, o preço foi de R$ 72,90, com uma ligeira baixa de 0,04%, enquanto o vencimento em maio/25 alcançou R$ 71,60, mostrando uma leve alta de 0,08%.
A análise da consultoria Agrinvest indicou que a movimentação do milho na B3 esteve sob influência da Bolsa de chicago, que também registrou uma tendência de queda. Nos últimos dias, o milho brasileiro encontrou suporte devido a uma combinação de fatores do cenário externo, incluindo as preocupações com a safra da Ucrânia e o bom desempenho das exportações de milho dos Estados Unidos. Além disso, a demanda robusta por milho no Brasil, especialmente pelas usinas de etanol, tem contribuído significativamente para a manutenção dos preços. O clima seco em regiões centrais do Brasil, que atrasou o plantio da soja e pode afetar a segunda safra de milho, gerou especulações sobre uma possível redução na área cultivada para a safra 2025.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um desempenho positivo na penúltima jornada da semana. Levantamentos realizados pela equipe do Notícias Agrícolas mostraram que houve desvalorização apenas no Porto de Santos, enquanto outros locais, como Nonoai, Ubiratã, Marechal Cândido Rondon, Pato Branco, Palma Sola, Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, São Gabriel do Oeste, Eldorado e Cândido Mota, apresentaram valorização. Essa variação nos preços físicos reflete a dinâmica regional e a oferta de milho em diferentes áreas do país.
O consultor Paulo Molinari, da SAFRAS & Mercado, destacou que a forte demanda do setor de carnes está entre os principais fatores que sustentam os preços do milho no Brasil. Ele observou que essa tendência é impulsionada tanto pelo andamento das exportações quanto pela sólida procura por milho destinado a usinas de etanol. Molinari enfatizou que, apesar de a safra deste ano ser menor em comparação ao anterior, o embarque acumulado de 24 milhões de toneladas pode ser considerado satisfatório. Se a tendência de embarques aquecidos se mantiver, o Brasil poderá ultrapassar 40 milhões de toneladas até o final do ano comercial, o que levanta preocupações sobre os estoques, que poderão ficar em torno de 7 milhões de toneladas.
No mercado internacional, os preços futuros do milho também apresentaram leve queda, encerrando as operações da quinta-feira com movimentações negativas na Bolsa de chicago (CBOT). O vencimento de dezembro/24 foi cotado a US$ 4,28, com uma desvalorização de 4,25 pontos. Para março/25, o preço foi de US$ 4,46, o que representa uma perda de 4,00 pontos; e maio/25 foi negociado a US$ 4,55, com baixa de 3,75 pontos. Por fim, julho/25 teve seu valor estabelecido em US$ 4,60, apresentando uma queda de 3,75 pontos. Esses números refletem perdas em relação ao fechamento anterior, com variações de 0,98% para dezembro/24, 0,89% para março/25, 0,82% para maio/25 e 0,81% para julho/25.
Segundo informações do site Farm Futures, as quedas nos preços internacionais do milho podem ser atribuídas a uma realização de lucros, acompanhada do avanço da colheita sazonal, que exerce pressão adicional de baixa. A consultoria Agrinvest ressalta que o milho em chicago também enfrentou desafios devido à realização de lucros no mercado de trigo, embora houvesse tentativas de sustentação das cotações em razão da elevação dos preços do petróleo.
Com este contexto, observamos que o mercado de milho, tanto interno quanto externo, enfrenta uma fase de incertezas, mas continua a ser influenciado por uma série de fatores fundamentais, desde a demanda por biocombustíveis até os efeitos das condições climáticas na produção agrícola.