O mercado cafeeiro registrou um desempenho notável na última sexta-feira, dia 22 de setembro, com o café arábica alcançando uma nova alta histórica nos contratos futuros, atingindo marcas não vistas há 13 anos. Por outro lado, o café robusta também apresentou crescimento substancial, acumulando um aumento significativo nos últimos 45 dias. De acordo com análises do Barchart, os preços do café têm encontrado suporte em preocupações crescentes relacionadas aos potenciais danos à safra de café de 2025. Essas preocupações têm gerado um impacto considerável nas negociações e projeções do setor.
O Escritório Carvalhaes destacou que os estoques de café estão em níveis críticos, tanto nas nações produtoras quanto nos países consumidores. Informações recentes indicam uma queda acentuada no florescimento das plantações de café brasileiras, o que suscita temores sobre a qualidade e a quantidade da produção futura. Além disso, a hesitação dos cafeicultores brasileiros em liberar suas safras para venda durante este final de 2024 está contribuindo para as altas expressivas nos mercados futuros e no mercado físico brasileiro. O café arábica fechou o pregão com um impressionante aumento de 660 pontos, atingindo 302,25 cents/lbp para o vencimento em dezembro de 2024. O contrato de março de 2025 também foi impulsionado em 640 pontos, fechando a 302,10 cents/lbp, enquanto os contratos de maio e julho de 2025 apresentaram aumentos de 645 pontos e 535 pontos, respectivamente, atingindo 299,60 cents/lbp e 293,90 cents/lbp.
No cenário do robusta, as notícias são igualmente positivas, com uma valorização de 4,14% na bolsa de Londres. O contrato com vencimento em novembro de 2024 subiu US$ 201, alcançando um valor de US$ 4.985 por tonelada, seguido por um aumento de US$ 198 para o contrato de janeiro de 2025, também estabelecendo o preço em US$ 4.985 por tonelada. Nos contratos de março e maio de 2025, a tendência ascendente se manteve, com ganhos de US$ 191 e US$ 181, respectivamente, chegando a US$ 4.923 e US$ 4.859 por tonelada.
O mercado interno brasileiro também não ficou para trás, encerrando a sexta-feira com expressivas altas em várias regiões monitoradas por Notícias Agrícolas. O café Arábica Tipo 6 apresentou uma valorização de 7,98% em Machado/MG, atingindo o preço de R$ 2.000,00 por saca. Em Poços de Caldas/MG, o aumento foi de 1,01%, fechando a R$ 2.010,00 por saca, enquanto em Franca/SP, o preço subiu 1,50%, atingindo R$ 2.030,00 por saca. O Cereja Descascado finalizou o dia em Guaxupé/MG com um aumento de 1,01%, cotado a R$ 1.992,00 por saca, e em Poços de Caldas/MG, o valor foi de R$ 2.120,00 por saca, apresentando uma alta de 0,95%.
De acordo com o analista de mercado do The Price Futures Group, Jack Scoville, há uma forte percepção de que os produtores brasileiros já realizaram vendas consideráveis de café e estão retendo a oferta nos meses finais de 2024. Ana Carolina Gomes, analista de Agronegócio da Faemg, também reforçou a ideia de que embora os preços estejam favoráveis, a falta de produto para negociação limita as oportunidades do setor. Ela aconselhou os produtores a manterem práticas agrícolas e manejos adequados para garantir a produtividade, além de sugerir que aproveitem os preços atrativos para otimizar o fluxo de caixa e programar exportações para os próximos ciclos. Essa estratégia permitirá não apenas a sustentabilidade da atividade na safra atual, mas também assegurará um volume significativo para as futuras safras. Com estas orientações, os produtores buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.