Nesta sexta-feira, dia 18, a Bolsa Brasileira (B3) revelou um panorama otimista com relação aos preços futuros do milho, que apresentaram movimentações positivas. As principais cotações do grão registraram flutuações entre R$ 69,25 e R$ 73,51, demonstrando um cenário favorável para os investidores do setor agrícola. O contrato com vencimento em novembro/24 foi cotado a R$ 69,25, o que representa uma alta de 0,33%. Já o contrato para janeiro/25 teve seu valor estipulado em R$ 71,82, apresentando um ganho sutil de 0,03%. O vencimento de março/25 foi negociado por US$ 73,51, refletindo uma valorização significativa de 0,35%, enquanto o contrato com vencimento em maio/25 registrou um preço de R$ 72,27, com uma elevação de 0,17%.
O acumulado da semana também trouxe resultados positivos para o milho brasileiro, com os contratos de novembro/24 mostrando um crescimento de 1,09%. O contrato para janeiro/25 teve uma leve elevação de 0,04%, e o de março/25 apresentou um aumento de 0,31%. Entretanto, houve uma ligeira queda de 0,18% para o contrato de maio/25, refletindo algumas oscilações no mercado.
No mercado físico, as cotações da saca de milho também tiveram um desempenho positivo, especialmente neste final de semana. De acordo com um levantamento feito pela equipe de mercado, foram observadas valorizações significativas em locais como Sorriso/MT, Itapetininga/SP e campinas/SP, o que demonstra um interesse crescente dos compradores pelo grão.
Os analistas do setor, como o Consultor de Grãos e Projetos da Agrifatto, Stefan Podsclan, comentam sobre os fatores que sustentam a força dos preços do milho no Brasil. Um dos principais aspectos é a redução na produção do cereal na safra 2023/24 em relação ao ciclo anterior, 2022/23. Além disso, a demanda robusta no mercado interno, impulsionada pelos setores de proteína animal e etanol, contribui para o suporte aos preços.
Outro fator crucial que influencia as cotações é o atraso no plantio da soja para a safra 2024/25. Este atraso gera incerteza sobre a janela de semeadura e poderá impactar a área destinada à segunda safra de milho no próximo ano, aumentando a preocupação entre os produtores.
Em resposta a essas dinâmicas de mercado, os produtores têm acelerado suas vendas nas últimas semanas, aproveitando as cotações elevadas e assegurando um retorno mais positivo. É uma estratégia que demonstra a habilidade do setor agrícola em se adaptar rapidamente às condições do mercado.
No exterior, no entanto, a situação se apresenta de forma contrastante. Na Bolsa de chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro enfrentaram dificuldades, registrando quedas pela segunda semana consecutiva. O vencimento de dezembro/24 foi cotado a US$ 4,04, representando uma queda de 2,00 pontos. Para março/25, o valor de US$ 4,19 resultou em uma perda de 2,25 pontos, enquanto o contrato de maio/25, cotado a US$ 4,26, sofreu desvalorização de 2,25 pontos. Por fim, o contrato de julho/25 teve uma baixa de 2,00 pontos, atingindo o valor de US$ 4,31.
Essas reduções traduzem um movimento de retração significativo, com desvalorizações na comparação com o fechamento anterior, especialmente para os contratos de milho, que apresentaram recuos de até 3,58% no acumulado semanal.
Conforme explica Stefan Podsclan, a pressão sobre os preços do milho na Bolsa de chicago é influenciada principalmente pelo rápido avanço da colheita nos Estados Unidos, que tem aumentado a oferta do grão no mercado. Além disso, a recente queda nos preços internacionais do petróleo, aliada a condições climáticas mais favoráveis para as lavouras de trigo, também impactaram negativamente os preços do milho.
Contudo, vale ressaltar que as vendas de exportação dos Estados Unidos estão trazendo suporte às cotações em chicago, equilibrando, em parte, o cenário desafiador enfrentado pelos preços. Essa dinâmica complexa reafirma a importância do milho como um produto chave tanto no mercado nacional quanto internacional, e suas oscilações refletem uma série de fatores que vão desde a produção até o consumo global, exigindo dos produtores e comerciantes análise constante e adaptação às novas realidades do mercado.