Uma comitiva de prefeitos e gestores municipais brasileiros que estava em israel conseguiu cruzar a fronteira e chegar à jordânia nesta segunda-feira (16/06) em segurança. A delegação, composta por 12 pessoas, inclui prefeitos, secretários municipais e outras autoridades. No entanto, a viagem gerou controvérsia, uma vez que o Ministério das Relações Exteriores do brasil, conhecido como Itamaraty, informou que os membros do grupo desconsideraram os alertas emitidos, que recomendavam evitar viagens para o país em meio ao agravamento do conflito regional.
Devido ao fechamento do espaço aéreo israelense, em decorrência de tensões crescentes com o Irã, a comitiva teve que realizar a travessia para a jordânia por via terrestre. Essa decisão foi tomada em um contexto onde israel está enfrentando uma série de hostilidades com grupos como o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano. Além disso, a situação se intensificou após o início de uma nova fase de confrontos com o Irã, resultando em ataques israelenses que, segundo autoridades iranianas, já causaram a morte de pelo menos 224 pessoas, incluindo civis e líderes militares. Em contrapartida, as forças israelenses relatam 24 mortes e mais de 500 feridos em seus próprios registros.
O Itamaraty, em uma nota oficial, destacou que a Embaixada do brasil em Tel Aviv tem mantido um alerta consular desde outubro de 2023, desaconselhando viagens não essenciais a israel e recomendando que os brasileiros que se encontravam no local considerassem deixar o país. Apesar dessas orientações, em junho deste ano, duas comitivas de autoridades brasileiras viajaram a israel a convite do governo local, ignorando os avisos da embaixada. Entre os prefeitos que compõem a comitiva, estão os representantes de Belo Horizonte, João Pessoa, macaé e Nova Friburgo, acompanhados por outros funcionários públicos de diversas cidades.
O senador Carlos Viana, presidente do Grupo Parlamentar brasil–israel, expressou sua insatisfação, criticando a falta de coordenação por parte do Itamaraty para garantir a segurança da comitiva durante sua permanência em território israelense. Em resposta, o Itamaraty refutou essa crítica, esclarecendo que a saída dos brasileiros foi fruto de uma “estreita coordenação” entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler da jordânia, Ayman Safadi.
Além da comitiva que já deixou israel, o Itamaraty informou que 27 autoridades brasileiras permanecem no país, e o governo israelense já apresentou uma proposta para que esses indivíduos possam deixar a região por terra, atravessando a jordânia nos próximos dias. A embaixada do brasil em Tel Aviv reiterou a importância de que todos os brasileiros no país sigam rigorosamente as recomendações do “Home Front Command” israelense, que incluem permanecer próximos a abrigos fortificados e se dirigirem a esses locais imediatamente ao ouvirem sirenes ou outros alertas.
Essa situação evidencia não apenas os riscos envolvidos nas viagens a regiões de conflito, mas também a importância de seguir as orientações das autoridades. Com a escalada da violência e tensão no Oriente Médio, as decisões de viagem devem ser cuidadosamente avaliadas, levando em conta a segurança e a integridade dos indivíduos. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos deste conflito, e as viagens de autoridades podem envolver complexidades adicionais, especialmente em contextos de instabilidade política e social. O cenário atual em israel e seus impactos nas relações internacionais são temas que merecem acompanhamento atento e análise crítica, destacando a necessidade de uma diplomacia eficaz e a importância de respeitar as diretrizes de segurança em momentos de crise.