Investigações Avançam Após Descoberta de Restos Humanos

Na manhã deste sábado (6), uma perna humana foi encontrada na areia da praia de Ipanema, localizada na zona sul de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O delegado responsável pelo caso, Mario Souza, confirmou que a avaliação inicial indica a possibilidade de que a perna pertença à mesma mulher cujos restos mortais foram localizados em uma mala na rodoviária da cidade e em outras áreas. O principal suspeito, Ricardo Jardim, publicitário de 65 anos, já se encontra preso por suspeita de feminicídio.

“Temos indícios que nos levam a crer que a perna encontrada pode ser da mesma vítima do caso da mala. Os procedimentos legais para perícias estão em andamento e estamos aguardando os resultados, mas as primeiras análises dos nossos investigadores indicam uma chance considerável de correspondência”, declarou Souza, que é o Diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa.

A comparação genética dos restos mortais deve ser feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), que buscará confirmar a identidade da vítima por meio de amostras de DNA de familiares. Até o momento, a cabeça da vítima continua não localizada.

Quem é a Vítima e Detalhes do Crime

As autoridades acreditam que a vítima seja uma mulher gaúcha que mantinha um relacionamento com Ricardo Jardim. Ele foi preso preventivamente na manhã de sexta-feira (5), sendo considerado o principal suspeito do crime.

A mulher, cuja identidade ainda não foi revelada, foi assassinado em 9 de agosto. O delegado relatou que o suspeito teria abandonado partes do corpo em diferentes dias e locais, além de ter utilizado táticas para enganar a polícia, incluindo denúncias falsas que tentavam desviar a atenção das investigações.

A dinâmica dos crimes é alarmante: no início, Jardim teria deixado os braços, desprovidos das mãos, e as pernas em sacos de lixo em uma área isolada do bairro Santo Antônio, no dia 13 de agosto. Uma semana depois, em 20 de agosto, ele depositou a mala com o tronco da namorada em um local movimentado da rodoviária, uma área com câmeras e grande fluxo de pessoas.

Motivação e Passado Criminal de Jardim

As investigações iniciais apontam que a motivação do crime pode ter sido financeira, uma vez que o suspeito usou os cartões de crédito da vítima na tentativa de movimentar sua conta bancária. Durante a prisão, os policiais encontraram diversos itens, incluindo celulares, um dos quais pertencia à vítima, um notebook, documentos falsificados e cartões de crédito. Os agentes da lei ressaltaram que Jardim demonstrou um comportamento frio durante a abordagem.

Este não é o primeiro caso de violência atribuído a Ricardo Jardim. Em 2015, ele foi condenado por matar sua própria mãe e ocultar o corpo em um armário, onde foi concretado. Ele recebeu uma sentença de 28 anos de prisão em 2018, cumprindo parte da pena em regime fechado, antes de ser transferido para o semiaberto em janeiro de 2024. Por motivo de falta de tornozeleiras eletrônicas, Jardim foi enviado para prisão domiciliar, mas em abril do mesmo ano, ele não se apresentou às autoridades e foi declarado foragido. Um mandado para sua re prisão foi expedido em fevereiro de 2025, poucos meses antes do feminicídio.

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