O papa Francisco fez fortes críticas nesta sexta-feira, 13 de setembro, em relação às políticas de Donald trump e Kamala Harris, os principais candidatos à presidência dos Estados Unidos, chamando suas posturas sobre aborto e migração de “antivida”. Durante uma conferência de imprensa enquanto retornava a Roma após uma viagem por quatro países da Ásia, o líder católico foi questionado sobre como os eleitores norte-americanos deveriam agir nas próximas eleições. Ele incentivou os católicos a identificarem o “mal menor” ao decidirem seu voto.
“Ambos são contra a vida“, afirmou Francisco, referindo-se àqueles que repelem migrantes e aos que apoiam a prática do aborto. Apesar de não ser cidadão americano e, portanto, não ter direito a voto, o papa abordou questões cruciais para a Igreja Católica, que são frequentemente alvo de debate nas eleições americanas.
A migração é um tema prioritário para Francisco, que, em seu pontificado, tem destacado repetidamente a importância de acolher os necessitados. Ele enfatizou que a migração deve ser vista como um direito conforme os ensinamentos das Escrituras. “Quem não acolhe o estrangeiro está cometendo um pecado grave”, disse ele, sublinhando a necessidade de respeito e dignidade para com todos os seres humanos.
Sobre a questão do aborto, Francisco foi igualmente explícito: “Fazer um aborto é matar um ser humano“. O papa ressaltou a importância de reconhecer o valor da vida desde a concepção, lembrando que “a ciência demonstra que, no primeiro mês após a concepção, todos os órgãos de um ser humano já estão existentes”. Essa posição reflete a visão da Igreja sobre a dignidade da vida humana desde o início até o seu fim natural.
Quando questionado sobre como deveria ser o comportamento dos eleitores nas urnas, Francisco reafirmou a importância da participação cívica. “É crucial votar e escolher o mal menor”, ele disse, deixando claro que essa decisão é íntima e deve ser feita pela consciência de cada um. Ele não se pronunciou diretamente sobre qual candidato deveria ser escolhido, ressaltando que essa responsabilidade é individual.
Não é a primeira vez que o papa se pronuncia em relação a eleições nos Estados Unidos. Durante as campanhas de 2016, ele criticou trump por seu projeto de construir um muro na fronteira com o México, afirmando que “quem constrói muros não é cristão”. Tal declaração evidencia a posição firme de Francisco sobre a aceitação e ajuda a migrantes, uma questão que ele considera central ao seu ministério.
O tema do aborto também é um ponto de discórdia nas telas dos EUA, com trump prometendo deportações em massa durante sua campanha, um tema que se tornou polarizador e que distorceu as realidades legais e financeiras envolvidas. Os bispos católicos americanos têm enfatizado o aborto como a “prioridade preeminente” para os eleitores em suas orientações, refletindo a preocupação da Igreja em relação a essa prática.
Kamala Harris, por sua vez, tem sido uma defensora vocal da legalização do aborto, promovendo políticas que apoiam a interrupção da gravidez sob permissões federais. Em seu discurso, o papa reafirmou o comprometimento da Igreja em lutar pela vida, destacando informações científicas que sustentam sua posição moral.
Ele afirmou: “A ciência diz que todos os órgãos essenciais de um ser humano já estão presentes em 13 semanas”, enfatizando a formação do tecido cardíaco já nas primeiras semanas de gestação. Essa afirmação reflete o entendimento médico sobre o desenvolvimento fetal e ressalta os valores que o Vaticano busca promover entre os católicos.
Por fim, ao abordar questões que afetam diretamente o futuro da América e dos seus cidadãos, o papa Francisco busca provocar uma reflexão entre os eleitores, incentivando-os a fazer escolhas conscientes que reflitam valores fundamentais da dignidade humana e do respeito à vida. Isso não apenas reforça a missão da Igreja, mas também oferece uma clara diretriz sobre a importância do voto responsável nas próximas elecciones dos Estados Unidos.